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Dilma não é Jango nem Allende, mas impeachment é golpe, sim!

Jornalista Renato Dias mostra argumentos de especialistas atestando que a presidente da República não cometeu crime de responsabilidade; "Ter o peemedebista Eduardo Cunha, réu na Operação Lava-Jato com contas secretas na Suíça e envolvido no Panamá Papers, escândalos recentes, no comando desse processo, é mais ou menos como chamar o 'gangster' Al Capone para moralizar a administração pública de Chicago, EUA, dos anos 1930", disse o professor da UFABC, Gilberto Maringoni; entre os atingidos pelo histórico de ruptura democrática na América Latina estão os presidentes Jânio Quadros e Salvador Allende, do Chile

Jornalista Renato Dias mostra argumentos de especialistas atestando que a presidente da República não cometeu crime de responsabilidade; "Ter o peemedebista Eduardo Cunha, réu na Operação Lava-Jato com contas secretas na Suíça e envolvido no Panamá Papers, escândalos recentes, no comando desse processo, é mais ou menos como chamar o 'gangster' Al Capone para moralizar a administração pública de Chicago, EUA, dos anos 1930", disse o professor da UFABC, Gilberto Maringoni; entre os atingidos pelo histórico de ruptura democrática na América Latina estão os presidentes Jânio Quadros e Salvador Allende, do Chile (Foto: Aquiles Lins)
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Por Renato Dias, especial para o 247 - Ex-guerrilheira da VAR-Palmares, a economista Dilma Vana Rousseff Linhares não é João Belchior Goulart, o inquilino do Palácio do Planalto derrubado em 1º de abril por fardados e civis que implantaram uma ditadura de 21 anos. Não é também Salvador Allende, médico marxista que inaugurou a transição chilena ao socialismo e que foi morto no golpe de Estado deflagrado em 11 de setembro de 1973 por Augusto Pinochet, general que morreu com uma fortuna avaliada em mais 20 milhões de dólares. Apesar disso, a Câmara dos Deputados pode aprovar, hoje, o seu impeachment e até 11 de maio de 2016 derrubá-la no Senado para consumar o golpe constitucional idealizado por Michel Temer [PMDB-SP], José Serra {PSDB-SP], Fernando Henrique Cardoso [PSDB-SP] e Eduardo Cunha [PMDB-RJ], um réu a julgar uma inocente, que não cometeu nenhum crime de responsabilidade.

Diretor editorial do site especializado em Política Internacional www.operamundi.uol.com.br, jornalista Breno Altman [SP] diz com exclusividade ao Brasil 247 que, com as pedaladas fiscais, Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade. A prática dos créditos complementares foi a tônica de todos os governos desde à era da redemocratização e era aceita pelo Tribunal de Contas da União até o ano de 2014, avalia ele. "Quando mudou a jurisprudência", observa. Rejeitadas pela corte de contas, instância acessória do parlamento, as contas do ano retrasado da gestão da líder petista jamais foram votadas pelo Congresso Nacional, adianta, indignado. Além do mais, tão logo mudou o entendimento do TCU, a atual administração federal se adaptou às "novas regras", informa.

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- A apresentação das pedaladas fiscais como crime de responsabilidade não passa de uma farsa para depor através de um golpe parlamentar Dilma Rousseff, reeleita em outubro de 2014 com 54 milhões de votos.

Doutor do Departamento de História da Universidade de São Paulo [USP], o também escritor Lincoln Secco nega a existência de crime de responsabilidade de Dilma Rousseff. O seu raciocício é claro: "Ou todos os governantes – governadores de Estado e presidentes da República – deveriam ter sofrido impedimento", fuzila. Até Fernando Henrique Cardoso [1995-1998 e 1999-2002], constata o Brasil 247. É tragicômico assistir a um golpe de Estado contra uma presidenta que pode ter muitos defeitos e liderar um péssimo governo, mas que perto dos integrantes do atual Congresso Nacional e do presidente da Câmara dos Deputa¬dos, Eduardo Cunha, é uma verdadeira santa, ironiza o professor. Não custa lembrar: Lincoln Secco é autor dos seguintes livros 'História do PT – 1978-2010'; 'Gramsci e o Brasil: recepção e difusão de suas ideias'; e 'Marx: da economia à revolução'.

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- Não! Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade.

O professor-doutor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, Gilberto Maringoni [SP], é taxativo: o impeachment, em si, previsto na Constituição de 1988, não é golpe, mas impedimento sem crime de responsabilidade é golpe. No caso concreto, a ação contra a presidente da República, Dilma Rousseff, é um tapetão institucional dos mais velhacos, atira. Especialista em América Latina, ele insiste que o movimento é desferido pelo que existe de mais podre na política brasileira. Em tom sarcástico, o escritor analisa ao Brasil 247 que ter o peemedebista Eduardo Cunha, réu na Operação Lava-Jato com contas secretas na Suíça e envolvido no Panamá Papers, escândalos recentes, no comando desse processo, é mais ou menos como chamar o 'gangster' Al Capone para moralizar a administração pública de Chicago, EUA, dos anos 1930.

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Doutor da Universidade Federal de Goiás, o professor marxista Humberto Clímaco explica, de forma didática, que Dilma Rousseff, não cometeu crime de responsabilidade. Cáustico, ele afirma que os 'golpistas' cada vez menos escondem que, se não ganharem no plenário da Câmara dos Deputados, tentarão de todas as outras formas e instrumentos possíveis para impedir que ela termine o seu mandato. Se fosse sério o pedido, não leríamos nas revistas da grande mídia no Brasil expressões como "não faltam crimes" ou do redator do relatório, Jovair Arantes, que "não há clima para ela continuar governando", sublinha. "Infelizmente, o que vemos é uma redução do debate em nível das brigas sem lei, em que acusações se misturam com boatos de forma que o acusado não possa se defender, num clima de linchamento", frisa.

- Mas a força nas ruas e nos parlamentos que se reuniu na luta contra o golpe continuará presente, independente do resultado da votação deste domingo.

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O professor de História Reinaldo Pantaleão contesta o relatório formulado pelo trabalhista goiano, deputado federal Jovair Arantes. Não há crime de responsabilidade, insiste. As manobras 'das direitas' para tentar o impeachment de Dilma Rousseff não são para provar nada, apenas argumentar o não argumentável, metralha. Pois as chamadas pedaladas fiscais, que é a questão em si do pedido feito, vêm desde o governo do príncipe dos sociólogos e rei da 'privataria tucana' Fernando Henrique Cardoso. Mais: hoje dezesseis governadores praticaram, sem nenhuma admoestação dos Tribunais de Contas dos seus respectivos Estados, supostos crimes da mesma natureza, analisa.

- Em cima do apresentado, não existe o tal chamado crime de responsabilidade.

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