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É inaceitável essa subserviência aos EUA, diz diplomata

Para o diplomata Paulo Roberto de Almeida, um dos mais antigos e experientes em atividade no país e que foi demitido do IPRI pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, após criticar a fata de diretrizes do governo Jair Bolsonaro, disse que o atual chanceler vem sendo "tutelado" e a submissão dos interesses do país aos dos EUA é algo "inaceitável para os militares"; "Fico pensando o que a gente fez para merecer uma coisa dessa, uma indefinição completa dos interesses do Brasil"

É inaceitável essa subserviência aos EUA, diz diplomata (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
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247 - Para o diplomata Paulo Roberto de Almeida, um dos mais antigos e experientes em atividade no país e que foi demitido do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, após criticar a fata de diretrizes do governo Jair Bolsonaro, disse que o atual chanceler vem sendo "tutelado". "Ele está totalmente tutelado pelos militares desde 1º de janeiro", afirmou Almeida em entrevista ao jornal El País.

"No plano puramente ideológico, ou principista, todos os três personagens, o chanceler e os dois primeiros, demonstram adesão às ideias estapafúrdias de Olavo de Carvalho sobre as relações internacionais, que são manifestamente inadequadas, e prejudiciais, a uma condução racional da diplomacia brasileira. No plano prático, o chanceler teve sua escolha apoiada e decidida pelos dois olavistas brasileiros, daí sua total dependência em termos de sua legitimação no governo atual", disse o diplomata.

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" Em consequência do desconforto do núcleo militar com tais posturas inadequadas – como a ideia inaceitável para os militares de uma base americana no Brasil, ou a subserviência às posições do presidente americano – estabeleceu-se uma espécie de cordão sanitário em torno do chanceler e do próprio Itamaraty, inclusive porque o chanceler subverteu a hierarquia de comando no ministério, algo que os militares consideram como inaceitável. Seria, como eles dizem, ter coronéis mandando em generais", completou.

Para Almeida, apesar da retórica contida em seu discurso, o governo Bolsonaro não possui uma política de relações exteriores. "Difícil fazer uma avaliação sobre o que não existe. Não dispomos, até o momento presente, de nenhuma exposição clara, completa, racional, sobre qual seria essa política externa, até aqui marcada apenas por slogans: luta contra o globalismo, contra o marxismo cultural, contra o multilateralismo, contra o climatismo, o comercialismo, coisas totalmente bizarras, com efeito", disse

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Ainda segundo ele, a introdução de assuntos religiosos e as "posturas contrárias a um tratamento verdadeiramente diplomático do mais importante tema da diplomacia brasileira no momento atual, a crise terminal do governo chavista na Venezuela", levaram os militares que fazem parte do núcleo governista a se manifestarem sobre a política internacional do Brasil. "Foram os militares que tiveram de reafirmar ao atual chanceler o respeito a princípios constitucionais e de Direito Internacional relativos à não intervenção nos assuntos internos de outros países, quando o chanceler estava disposto a apoiar a aventura americana de forçar uma confrontação com o governo chavista", ressaltou.

Para ele, a submissão do Brasil aos interesses da política externa norte-americana deve ter uma séria influência sobre os interesses comerciais do Brasil. "Fico pensando o que a gente fez para merecer uma coisa dessa, uma indefinição completa dos interesses do Brasil", observou. Tanto que os militares se encarregaram, mais uma vez, de cercear, de limitar, de controlar, de proibir essa transferência da embaixada – que constrangeu os exportadores de carne halal, a ministra da Agricultura teve de intervir – atacar a China é outra bobagem monumental e a questão da relação muito próxima com os Estados Unidos é uma subserviência, que nosso chanceler demonstra. É inaceitável para os militares essa subserviência aos Estados Unidos, assim como para qualquer pessoa de bom senso", disparou.

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Leia a íntegra no El País.

 

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