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Em entrevista, Bolsonaro ataca Irã e Palestina e ameaça agronegócio

Na entrevista que concedeu à Jovem Pan, Jair Bolsonaro fez pouco caso das consequências da abertura de um escritório de negócios em Jerusalém e dos impactos da medida para as exportações do agronegócio. "Quem vai ficar contra é o Irã e a Palestina que tem embaixada aqui sem ser país. Tão (sic) querendo demais", disse ele. Na verdade, o Irã já é um dos principais importadores de produtos agrícolas do Brasil e os países árabes devem retaliar o Brasil em razão da submissão de Bolsonaro aos interesses de Benjamin Netanyahu e dos ataques aos palestinos

Em entrevista, Bolsonaro ataca Irã e Palestina e ameaça agronegócio (Foto: Alan Santos/PR)
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247 - Durante a entrevista concedida nesta segunda-feira (8) à Rádio Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro tentou minimizar o impacto negativo da criação do escritório de negócios do Brasil em Jerusalém. Ao fazê-lo, ataca países e povos que têm relações históricas com o Brasil e compromete as exportações, principalmente do agronegócio ; "Quem vai ficar contra é o Irã e a Palestina que tem embaixada aqui sem ser país. Tão (sic) querendo demais", disse; mais uma vez, no afã de mudar a política externa brasileira e alinhá-la com a direita mundial liderada por Trump e Netanyahu, Bolsonaro repete ao pé da letra declarações do primeiro-ministro israelense, e do embaixador do Estado sionista no Brasil Yossi Shelle. 

Na verdade, desde que Bolsonaro anunciou a disposição de instalar em Jerusalém a representação diplomática brasileira, os países árabes reagiram fortemente e ameaçaram suspender as importações de produtos do agronegócio brasileiro, principalmente a carne. O reconhecimento de Jerusalém, no início do governo, como a capital de Israel provocou uma reação imediata do Egito e do conjunto da Liga Árabe. Quanto ao Irã, é uma potência regional que se opõe fortemente aos planos expansionistas do estado sionista na região e um firme aliado dos palestinos.

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Além de alinhar o Brasil com forças hostis à paz e à segurança do Oriente Médio, a posição de Bolsonaro em apoio a Israel e explicitamente provocadora contra o Irã e o povo palestino pode acarretar perda de mercados. Tanto o Irã como os países árabes em seu conjunto são importantes importadores de produtos brasileiros. O Irã ocupa o 24º lugar entre os países importadores do Brasil, enquanto Israel é apenas o 55º. O Basil exporta 43 vezes mais para os países da Liga Árabe do que para Israel, que representa não mais do que 0,18% das exportações brasileiras.

A política externa de Bolsonaro para a região do Oriente Médio é, assim, desvantajosa para o Brasil, contrária aos interesses nacionais. Além de transformar um país considerado por toda a comunidade internacional como um fator de paz, num elemento de desequilíbrio, insuflando rivalidades e conflitos.

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Se quiser assista à íntegra da entrevista veiculada no twitter de Bolsonaro clicando aqui

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