Em palestra, ministro da Educação diz que 'catequizava' alunos em suas aulas
O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, admite que não pratica o Escola sem Partido, projeto defendido por Bolsonaro que prevê a censura contra professores por supostamente praticar doutrinação ao expor sua opinião em sala de aula; o ministro confessou, no entanto, que não sava opinião, mas aproveitava as suas aulas de microeconomia para catequizar alunos na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
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247 - O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, não pratica o Escola sem Partido, projeto defendido por Bolsonaro e seus apoiadores que diz que os professores estão doutrinando os alunos nas escolas e, por isso, é preciso censurá-los.
Mas o ministro não vê problemas quando a doutrinação é praticada pelos conservadores. Em um vídeo publicano pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Bolsonaro, o ministro conta durante uma palestra na Cúpula Conservadora das Américas, em dezembro do anos passado, em Foz do Iguaçu, que aproveitava as suas aulas de microeconomia para catequizar alunos na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma universidade pública.
Ele percebeu que falou demais e tentou minimizar o estrago afirmando que praticava a catequese conservadora e anticomunista como um bônus oferecido "depois do tempo da aula, mas para os alunos que quiserem".
Em entrevista concedida durante o evento, o ministro disse que é "a favor da total liberdade de informação”. Ele disse ainda que não acompanhar o Escola sem Partido, mas combater o marxismo nas universidades.
Na palestra ele também disse que o fato de Jair Bolsonaro ter sido eleito não significa que o PT e a esquerda estejam derrotada. "Não podemos [ficar tranquilos] essa turma vai voltar pra casa. Eles são inteligentes. O meu inimigo é igual ou mais forte do que eu, senão eu sou um trouxa", disse.
Ele também exibiu um power point que usava nas aulas com fotos de Fidel Castro e Che Guevara. Apresentava o socialista ex-presidente de Cuba como "playboy" e "babaca". Nas fotos, Fidel e Che apareciam usando relógios, supostamente Rolex, e roupas de grifes.
"Na minha aula de microeconomia eu mostro as marcas, como você faz a diferenciação, como agrega valor. Aí eu ponho meu garoto-propaganda. Quem é meu garoto-propaganda? É o Fidel Castro. Playboy, gosta de roupa de grife. (...) Mostro que Fidel Castro gosta de La Coste, Puma, Nike, Adidas", diz ele, para justificar a sua tese.
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