Exército multiplicou produção de cloroquina por 12 vezes em 2020
A produção de cloroquina pelo Exército em 2020 foi multiplicada por mais de 12 vezes e chegou a 3,2 milhões de comprimidos. Em 2017, foram fabricadas 260 mil unidades, suficientes para atender a demanda dos anos de 2018 e 2019
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247 - De acordo com dados que constam em ofício enviado à CPI da Covid nesta semana, a produção de cloroquina pelo Exército em 2020 foi multiplicada por mais de 12 vezes e chegou a 3,2 milhões de comprimidos. Em 2017, foram fabricadas 260 mil unidades, suficientes para atender a demanda dos anos de 2018 e 2019.
A cloroquina foi produzida pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEX). Seis em cada dez comprimidos de cloroquina foram distribuídos para estados e municípios pelo Ministério da Saúde durante os primeiros cinco meses do general Eduardo Pazuello no comando da pasta.
Foram mais de 1,4 milhão de unidades enviadas por Pazuello às unidades federativas, enquanto os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich distribuíram, respectivamente, 830 mil e 170 mil doses.
Ao longo de 2020 e 2021, os hospitais militares receberam 477.610 doses de cloroquina.
Segundo a CNN, o Exército tem em estoque 298 mil comprimidos de cloroquina, número superior à demanda dos dois anos anteriores à pandemia do novo coronavírus.
Produção iniciou antes de aval do Ministério da Saúde
O Ministério da Defesa afirmou em ofício à CPI da Covid que começou a produzir cloroquina para o tratamento da Covid a pedido do Ministério da Saúde, mas documentos enviados à comissão pela própria pasta mostram que o processo de compra de insumos ocorreu antes que a droga passasse a ser orientada para o tratamento de pacientes graves e um dia antes de Jair Bolsonaro anunciar a medida.
O ofício encaminhado pela Defesa, assinado pelo ministro Walter Braga Netto, diz que se iniciou a produção de comprimidos de cloroquina a pedido do Ministério da Saúde, ainda na gestão de Luiz Henrique Mandetta.
Mas os documentos mostram que a primeira dispensa de licitação para a compra dos insumos a fim de viabilizar a produção dos comprimidos de cloroquina no Exército ocorreu no dia 20 de março e os empenhos de pagamento foram feitos no dia 23. Somente no dia 27 a Saúde editou a nota que recomendava o uso de cloroquina apenas em pacientes com a forma grave da Covid-19.
O uso da estrutura do Exército para a fabricação e distribuição de cloroquina durante a epidemia de Covid-19 é um dos temas investigados pela CPI e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
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