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'Fila do osso incomoda menos a milícia bolsonarista que sem teto comendo acarajé', diz Boulos

"Sem-teto comendo acarajé incomoda mais do que a fila do osso. O medo da ascensão dos mais pobres faz com que parte da sociedade permaneça refém do ressentimento que dá vazão aos piores preconceitos", diz o líder do mTST, Guilherme Boulos

(Foto: Reprodução)
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247 - O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem teto (MTST), Guilherme Boulos, afirma, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, que a “milícia palaciana”, que silenciou diante das imagens de “centenas de pessoas na fila do osso’ ou “correndo atrás de um caminhão de lixo em busca de restos de comida” manifestou sua revolta “com uma foto de Wagner Moura comendo um acarajé no prato numa ocupação do MTST”.

“Eduardo Bananinha, aquele que posou vestido de xeique, tentou ironizar num tuíte diretamente de Dubai e referiu-se à fome... na Venezuela. Flavio, seu irmão, aquele da mais que suspeita mansão de R$ 6 milhões, também entrou na onda. ​Quando pensam em camarão, deve lhes vir à mente pratos com preços exorbitantes do bolsonarista Coco Bambu. Como desconhecem a cultura brasileira, talvez valha a pena lembrar que o acarajé, comida típica baiana, tem camarão seco, além do vatapá e do caruru”, escreve Boulos. 

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“No fundo, está aí a velha conhecida povofobia de setores da elite e da classe média brasileira. Um misto de aversão, desprezo e medo dos pobres. Nessas mentes, MTST e camarão não cabem numa mesma frase. Assim como não cabem —nem nunca couberam— negro e universidade, pobre e aeroporto, empregada doméstica e direitos trabalhistas. São consciências binárias, que funcionam com base em dois termos devidamente apartados: Casa Grande e Senzala. Cidadãos e subcidadãos”, afirma.

“A polêmica do camarão, além de expor hipocrisia e ignorância dos filhotes presidenciais, serviu para desnudar mais uma vez a real polarização de um Brasil que nunca superou seus 300 anos de escravidão. Sem-teto comendo acarajé incomoda mais do que a fila do osso. O medo da ascensão dos mais pobres faz com que parte da sociedade permaneça refém do ressentimento que dá vazão aos piores preconceitos. É preciso colocar o dedo nessa ferida aberta para que um dia possa cicatrizar. Mais camarão aos sem-teto!”, finaliza. 

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