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Filho de Silval Barbosa é preso acusado de propina

Delegado Lindomar Toffoli, titular da Delegacia Fazendária (Defaz) e responsável pela condução da Operação Sodoma, afirmou que o empresário Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), recebeu R$ 433,5 mil (85% de um total de R$ 510 mil) de propina; o dinheiro foi pago pelo empresário Júlio Minoru Tisuji, da Webtech Softwares e Serviços Ltda., para manter contratos com o Governo do Estado, nos anos de 2014 e 2015

Delegado Lindomar Toffoli, titular da Delegacia Fazendária (Defaz) e responsável pela condução da Operação Sodoma, afirmou que o empresário Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), recebeu R$ 433,5 mil (85% de um total de R$ 510 mil) de propina; o dinheiro foi pago pelo empresário Júlio Minoru Tisuji, da Webtech Softwares e Serviços Ltda., para manter contratos com o Governo do Estado, nos anos de 2014 e 2015 (Foto: Roberta Namour)
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AIRTON MARQUES do MidiaNews

O delegado Lindomar Toffoli, titular da Delegacia Fazendária (Defaz) e responsável pela condução da Operação Sodoma, afirmou que o empresário Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), recebeu R$ 433,5 mil (85% de um total de R$ 510 mil) de propina.

O dinheiro foi pago pelo empresário Júlio Minoru Tisuji, da Webtech Softwares e Serviços Ltda., para manter contratos com o Governo do Estado, nos anos de 2014 e 2015.

“Foi identificada a participação do Rodrigo como um dos membros da organização criminosa, em que ele teria recebido parte de pagamento de propina, envolvendo o empresário que tinha contrato com o Governo Silval, Júlio Minori, da WebTech”, afirmou.

Denunciado por organização criminosa, concussão, lavagem de dinheiro e extorsão, Rodrigo foi preso na manhã desta segunda-feira (25) em seu escritório, na Avenida do CPA, em Cuiabá, por decisão da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, por suspeita de participação em esquema de corrupção.

Segundo o delegado da Defaz, o ex-secretário de Estado de Administração, Pedro Elias, preso durante a terceira fase da operação, declarou em um acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Estadual (MPE-MT) que passou pessoalmente parte da propina paga pelo empresário a Rodrigo Barbosa.

As parcelas, em dinheiro, teriam sido entregues no apartamento de Rodrigo Barbosa, no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá.

“O Júlio Minori, durante a gestão de Pedro Elias, repassou o pagamento de propina em três parcelas, nos anos de 2013 e 2014. Repasses em três parcelas de R$ 180 mil, R$ 170 mil e R$ 160 mil. Que no total da R$ 510 mil. Desse total, Pedro Elias teria ficado com 15%. Os outros 85%, Pedro Elias afirma que repassou pessoalmente em dinheiro para o Rodrigo Barbosa, no apartamento dele”, declarou Toffoli.

Ainda de acordo com o delegado, mesmo não ocupando nenhum cargo dentro do Governo do Estado, Rodrigo teria recebido parte desta propina a mando de seu pai.

“Ele [Pedro Elias] repassou esse dinheiro, possivelmente, a mando do governador Silval. Até então, foi isso que conseguimos identificar até o momento. Mas novas provas podem aparecer, após as buscas e apreensões feitas na casa e escritório de Rodrigo”, declarou.

Após comparecer à Defaz, ele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), para o exame de corpo de delito. Ainda na segunda-feira, ele foi levado para o Centro de Custódia da Capital.

Sondagem

O delegado Lindomar Toffoli também esclareceu que o pedido de prisão preventiva de Rodrgio Barbosa, além de estar embasado na garantia processual, também foi solicitado por conta de “sondagens” feitas pelo filho do ex-governador com o ex-secretário Pedro Elias, em uma possível tentativa de intimidação.

“Os elementos probatórios para o pedido de prisão preventiva começam pela garantia da instrução criminal. Acredito que ele possa interferir na investigação. Ele [Rodrigo Barbosa] teria perguntado ao Pedro Elias se estava tudo bem, sabendo que ele poderia colaborar com a Justiça. Não que tenha ameaçado, mas feito sondagens”, disse.

Repasses de 20%

O empresário Júlio Minoru Tisuji chegou a ser conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos à Defaz, em março deste ano.

À Polícia, ele afirmou que fez repasses de dinheiro a César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingos de Mello, que ocuparam o comando da Secretaria de Administração (SAD), entre os anos de 2011 e 2014.

De acordo com o sócio proprietário da Webtech, os repasses a titulo de propina consistiam em 20% do faturamento de sua empresa.

Júlio Tijusi disse que, nos meses de novembro e dezembro de 2012, realizou o pagamento de R$ 89 mil, por meio de dois cheques a Zílio.

O empresário ainda declarou que foi “achacado” a pagar tais propinas, "sob ameaça de ter seu contrato cancelado".

“Também afirma que efetuou pagamentos tanto para César Zílio como para Pedro Elias”, diz trecho de decisão da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

Conforme informações levantadas pelo MidiaNews, a Webtech Softwares e Serviços Ltda. foi contratada pelo Governo do Estado, no ano de 2011.

Os repasses, conforme a decisão da juíza, coincidem com os meses em que houve a expedição de empenho pela SAD em favor da Webtech (novembro de 2012, no valor do empenho de R$ 313,1 mil e dezembro de 2012, no valor do empenho R$ 2,02 milhões).

A contratação da empresa de Tisuji ocorreu para, entre outras obrigações, organizar o acervo documental dos benefícios de aposentadorias e pensões, ativos e cessados do Estado de Mato Grosso.

À Defaz, Tisuji ainda revelou que a partir do ano de 2013 começou a repassar o valor referente a propina ao ex-secretário Pedro Elias, e não mais a Cézar Zílio. A manutenção da propina, segundo ele, assegurou o contrato da empresa com o Governo do Estado.

"Longa Manus"

Na denúncia relativa à Operação Sodoma, o Ministério Púlico Estadual (MPE) acusa o médico Rodrigo Barbosa de ser responsável por identificar possíveis empresas para participar do esquema de corrupção no Governo passado, além de atuar como arrecadador de parte da propina em nome de seu pai. Ele também é suspeito de promover a lavagem de dinheiro para o grupo.

Autora da denúncia, a promotora Ana Cristina Bardusco diz que Rodrigo era o "longa manus" de Silval, ou seja, atuava como uma extensão do poder de seu pai.

O MPE ainda afirma que a conduta ostensiva de Rodrigo só ocorria “no próprio ambiente da organização criminosa, ou seja, só a exteriorizava para os seus cúmplices, o que lhe implicava em maior proteção, exatamente em razão de estar umbilicalmente ligado ao líder [Silval] e, na missão de arrecadar o seu ganho criminoso e promover a respectiva lavagem de capital”.

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