Ford convoca trabalhadores para produção de peças de reposição, mas eles não comparecem
Revoltados com as demissões anunciadas pela montadora no Brasil, trabalhadores se recusaram a seguir a convocação. Eles negociam um acordo de indenizações e um plano de saída do país
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247 - Mesmo tendo anunciado na última semana reestruturação de suas fábricas na América Latina, levando à demissão de cerca de 5.000 funcionários diretos no Brasil e na Argentina e ao encerramento da produção no primeiro, a Ford convocou trabalhadores para produção de peças de reposição de veículos.
Líderes sindicalistas se mostram revoltados com o pedido. A empresa ainda não negociou o processo de demissões nem sentou com sindicatos para discutir indenizações.
Um plano de saída do país também ainda não foi negociado.
Assim, os trabalhadores não atenderam o pedido da empresa.
"Ninguém voltou porque o que a Ford fez foi um tapa na cara, não negociou nada com a gente e pede para a gente retornar ao trabalho? Não dá", afirma Julio Bonfim, presidente do Sindicato dos Metalúgricos de Camaçari, reporta O Globo.
Em torno de 118 mil postos de trabalho, somando empregos diretos, indiretos e induzidos, podem ser perdidos com a decisão, segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese).
A debanada da Ford, segundo economistas, evidencia a destruição do mercado interno promovida pelo governo de Jair Bolsonaro. Efetivamente, as reformas trabalhista e da Previdência e o teto dos gastos não deram certo.
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