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Brasil

Governo Bolsonaro inicia perseguição ao estilo CCC nos bancos federais

Governo Bolsonaro nem começou mas já há uma campanha de caça a funcionários que não rezem pela cartilha do bolsonarismo nos bancos federais; está em curso levantamento feito por “grupos voluntários” de funcionários dos bancos das pessoas a serem perseguidas; a ação repete o método do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) durante a ditadura militar: como no passado, os delatores agem sob coordenação de militares -agora, sob orientação de Paulo Guedes e dos generais da reserva do núcleo bolsonarista; na equipe de Bolsonaro diz-se que as Universidades serão o próximo alvo  

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247 - O governo Jair Bolsonaro nem começou mas já inicia uma campanha de caça a funcionários que não rezem pela cartilha do bolsonarismo nos bancos federais. O levantamento dos nomes a serem perseguidos está sendo feito por “grupos voluntários” de funcionários de carreira do Banco do Brasil (BB), da Caixa Econômica Federal (CEF), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Banco do Nordeste (BNB) e do Banco da Amazônia (BASA). A ação lembra as campanhas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) durante a ditadura militar (aqui).

O método é o mesmo. Eles agem sob orientação direta da equipe de Paulo Guedes "e dos generais da reserva que atuam na organização do próximo governo", segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo (aqui). Diz-se, na equipe de Bolsonaro, que as Universidades federais serão o próximo alvo.

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O CCC funcionava com "voluntários" que perseguiam os opositores ao regime sob a coordenação dos militares. Nos primórdios do grupo, a principal função era exatamente a que está sendo realizada agora por funcionários dos bancos federais: delatar pessoas. O Comando de Caça aos Comunistas (CCC) foi fundado pelo policial civil e estudante de Direito Raul Nogueira de Lima, que se tornaria depois torturador no DOPS conhecido como "Raul Careca". Coincidentemente, o CCC nasceu no anoque antecedeu o golpe militar de 1964 -como a atividade de delação surge agora no ano que precede a posse de Bolsonaro.

Segundo os jornalistas Tânia Monteiro e Leonencio Nossa, "a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, pretende fazer um pente-fino nas próximas semanas no que classifica como “aparelhamento” dos bancos federais nas gestões do MDB e do PT". O termo "aparelhamento" é um substituto para "comunista" ou "corrupto", os termos usados nas perseguições durante o regime militar. 

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Há um objetivo importante na ação o de conseguir a acomodação na máquina estatal para os bolsonaristas. Não à toa, que os cargos e mira são os de maior sallário: "Eles começaram a preparar relatórios sobre quem é quem em cargos com salários entre R$ 30 mil e R$ 60 mil". 

A campanha persecutória não se restringirá aos bancos estatais. A equipe de Guedes e dos generais quer uma uma "a lista de apadrinhados em toda a máquina pública". Além das delações, o futuro governo solicitou uma triagem à Secretaria de Governo de Temer, chefiada atualmente por Carlos Marun.

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Um dos alvos principais do pente-fino será o Banco do Brasil. Não há sequer o pudor de disfarçar a perseguição política. O grupo de funcionários-delatores "que prepara um relatório sobre a situação do banco para apresentar à equipe de Bolsonaro está mirando especialmente executivos de carreira da instituição que foram nomeados durante os governos petistas e sobreviveram às 'limpezas partidárias' de Temer" informa a reportagem.

Colaborativo, Carlos Marun, disse aos repórteres Monteiro e Nossa que vai repassar para a equipe de transição a lista de cargos de “livre provimento” com data de nomeação: “Facilmente, o grupo de Bolsonaro poderá saber quais foram as nomeações feitas no nosso governo, que entrou em maio de 2016, e quem foi nomeado antes, que eram basicamente do PT. Pode ter gente sim do PT que não foi trocada”, disse. “As nomeações do nosso governo são de nossa responsabilidade.”

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As direções das instituições estão em silêncio. Não se manifestaram sobre o processo de caça às bruxas. Foi assim durante o regime militar também.

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