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Há dois anos, o Senado afastava Dilma: o petróleo foi entregue e os direitos sociais acabaram

Há exatos dois anos, em 31 de agosto de 2016, o Senado brasileiro aprovou o impeachment de Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidente da República, sob a alegação de "pedaladas fiscais", abrindo caminho para que Michel Temer chegasse ao poder e desse início à venda do patrimônio e das riquezas nacionais, além da perda de direitos históricos dos trabalhadores e da população; golpe parlamentar, porém, começou dois anos antes, com a sabotagem feita pelo Congresso e no qual o PSDB teve um papel fundamental na crise que se seguiu e jogou o país no caos e na instabilidade social, política e econômica

Há dois anos, o Senado afastava Dilma: o petróleo foi entregue e os direitos sociais acabaram (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)
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Paulo Emílio, Brasil 247 - Há exatos dois anos, em 31 de agosto de 2016, o Senado brasileiro aprovou o impeachment de Dilma Rousseff, primeira mulher eleita presidente da República, sob a alegação de "pedaladas fiscais", abrindo caminho para que Michel Temer chegasse ao poder e desse início à venda do patrimônio e das riquezas nacionais, além da perda de direitos históricos dos trabalhadores e da população.

O golpe parlamentar, porém, começou dois anos antes, com a sabotagem feita pelo Congresso, onde o papel do PSDB foi fundamental, que jogou o país no caos ao barrar sistematicamente projetos e travar a pauta de maneira a justificar uma suposta ingovernabilidade e, com o caos, depor uma presidente eleita democraticamente pelo voto popular.

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O resultado foi rápido. Em apenas dois anos, a camada de petróleo do pré-sal que poderia render um lucro estimado de até US$ 10 trilhões - segundo cálculos do conselheiro da Federação Brasileira de Associações de Engenheiros (Febrae) e funcionário da Comissão Nacional de Engenharia Nuclear (CNEN), Paulo Metri -, acabou sendo vendida por um valor quase irrisório às multinacionais do setor, como Shell e Total.

Segundo anunciado pelo Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP a estimativa é até 2054, o Brasil receba investimentos de R$ 1,8 trilhão no setor de petróleo e gás natural, resultando em cerca R$ 6 trilhões para o governo em royalties e participações especiais. O valor, porém, é bem abaixo do potencial real em função da cotação do barril de petróleo no mercado internacional e uma vez que este valor será "suavemente" diluído, em quase meio século.

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Associado a isto, em nome do combate à corrupção, o país assistiu ao desmonte das principais construtoras do país, o que resultou na paralisação de projetos estruturadores e, por tabela, de setores como o da indústria naval, que acabou por jogar milhares de trabalhadores no desemprego. Atualmente, o país registra 12,9 milhões de desempregados, enquanto cerca de outros 4,8 milhões simplesmente deixaram de procurar uma colocação pela falta de oportunidade.

No primeiro ano após o golpe, o governo Temer – que assumiu sob o discurso de colocar o país nos trilhos - registrou um crescimento econômico pífio, onde o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu somente 1% em 2017, na comparação com 2016. Foi implementado um ajuste fiscal, que prevê um déficit gigantesco de até R$ 159 bilhões para este ano, além do congelamento por até 20 anos dos investimentos públicos.

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Essa situação resultou na volta da fome ao país, problema que hoje afeta cerca de 13 milhões de brasileiros e ameaça colocar o Brasil de volta ao Mapa da Fome da ONU, algo que havia sido colocado fora da órbita durante os governos Lula e Dilma.

Com a economia estagnada, sem dar mostras de retomar o crescimento registrado nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff - quando o Brasil passou da 13ª posição no ranking global de economias medido pelo PIB em dólar, segundo dados do Banco Mundial e FMI, ao sexto lugar em 2011, com o PIB crescendo até 2,5% -, o desmonte foi acelerado e justificou a perda dos direitos trabalhistas.

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Em nome da "alavancagem econômica", foi promovida uma reforma trabalhista sem precedentes que suprimiu direitos históricos dos trabalhadores, o que incluiu que o acordado entre o empregador e o empregado tenha mais força que a legislação contida na Consolidação das Leis Trabalhistas, o que elevou o trabalho informal e a insegurança dos trabalhadores.

No campo político, o golpe se apressou em prender o ex-presidente Lula sob uma alegação, sem provas, de que teria obtido vantagens indevidas de empreiteiras. A reação internacional foi rápida e o Comitê de Direitos Humanos da ONU – da qual o Brasil é signatário - emitiu uma resolução que assegura ao ex-presidente o direito de disputar as eleições de outubro.

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Dilma, que apesar do impeachment manteve os seus direitos políticos, também deverá voltar à vida política. Candidata ao Senado pelo PT em Minas Gerais, ela lidera as pesquisas de intenção de voto, assim com Lula tem a preferência do eleitorado para voltar à presidência.

A crise econômica e a perda de direitos somente reforçam a certeza de que o golpe contra Dilma em 2016 teve como objetivo real o desmonte do Estado Brasileiro e a entrega de seu patrimônio às multinacionais, além de atender a interesses internacionais. As eleições de outubro, contudo, são a oportunidade de mostrar que os governos progressistas foram e são capazes de recolocar o país e o seu povo em um patamar mais justo e igualitário.

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