Haddad denuncia a perseguição a Lula e à liberdade de imprensa
Na reta final das eleições mais importantes da história do país, Fernando Haddad, o candidato que representa a retomada da democracia e a reparação da violência contra a soberania nacional perpetrada por Temer e PSDB, subiu o tom contra a perseguição ao ex-presidente Lula e ao PT; ele disse: "já impediram Lula de participar da eleição, contrariando a ONU, e de votar. E agora estão proibindo de ser entrevistado. Onde vai parar esse conjunto de arbitrariedades?"; Haddad ressaltou: "agora já não é nem contra o Lula. É contra a liberdade de imprensa"
Da Rede Brasil Atual - O candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, teve extensa agenda em Curitiba nesta segunda-feira (1º). Visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela manhã, participou de caminhada com o candidato ao governo do estado pelo partido, Dr. Rosinha, e com a candidata a uma vaga na Câmara Federal, a hoje senadora pelo Paraná Gleisi Hoffmann. Mais tarde, esteve em encontro na Força Sindical, na capital do estado.
O candidato teria ainda uma agenda com o senador e candidato à reeleição Roberto Requião (MDB). Segundo o petista, "a grande dificuldade (da candidatura) é o Centro Sul do país". "Estamos crescendo, mas temos que dar uma arrancada na reta final, até para não dividir o país", disse, no encontro com os sindicalistas.
Nos eventos, ele insistiu na ameaça representada pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) e o economista de sua campanha. "Se a gente acha ruim o governo Temer, não pode imaginar o que é o Paulo Guedes no comando da economia do país. É um cara que não tem limites para cortar direitos. É um neoliberal de um radicalismo que chega às raias da crueldade. Isso não é brincadeira."
Haddad também criticou os tucanos. "O governo Temer, que tem 90% de rejeição, é apoiado pelo MDB e o PSDB." Sem citar o nome, mencionou "um ministro (Aloysio Nunes) que está até hoje no governo Temer porque não teve coragem de concorrer ao Senado por São Paulo, e o Aécio não teve coragem de concorrer por Minas e correu da Dilma Rousseff".
Para ele, o país vive um "pesadelo" desde antes do golpe parlamentar que derrubou Dilma. "Foi depois da crise política de 2014, quando a democracia passou a ser contestada, que passamos a viver o pesadelo em que estamos até hoje, do qual vamos sair no dia 7 e depois no dia 28, pelo voto."
O candidato criticou a tentativa do ministro do Supremo Tribunal Federal (SFT) Luiz Fux de impedir Lula de dar entrevista à Folha de S. Paulo. Fux foi desautorizado por nova determinação do ministro Ricardo Lewandowski .
"Já impediram Lula de participar da eleição, contrariando a ONU, e de votar. E agora estão proibindo de ser entrevistado. Onde vai parar esse conjunto de arbitrariedades?", questionou, pouco antes da nova decisão de Lewandowski. "Agora já não é nem contra o Lula. É contra a liberdade de imprensa. "Quando o impediram de ser candidato, foi um gesto contra a soberania popular. As pessoas queriam votar e encerrar o assunto no primeiro turno."
Essa série de atitudes partindo das mais altas instituições da República "está causando estranheza no mundo inteiro", disse Haddad. "Ninguém está entendendo o que está acontecendo no Brasil. Só por meio do voto podemos recolocar o país na trilha da democracia com desenvolvimento social."
Segundo ele, gestos como o de Fux soam como ironia, considerando que a chamada mídia tradicional acusa os governos petistas e, agora, seus candidatos de instaurar um regime bolivariano no país. "(Mas é) A Venezuela que eles têm na cabeça. Porque quem deu o golpe de 64 foram eles e de 2016 também foram eles."
Agenda de reformas
Haddad voltou a comentar um tema que foi objeto de polêmica entre ele e Ciro Gomes (PDT) no debate realizado na TV Record na noite de domingo (30), sobre a instauração de uma Assembleia Constituinte exclusiva.
"A preocupação é que o Congresso tenha uma agenda de reformas constitucionais importantes. Constituinte exclusiva, se o Congresso assim entender. Nosso propósito é promover as reformas constitucionais", disse em Curitiba.
Essas reformas incluiriam mudança do regime tributário, do sistema bancário "contra o cartel que espolia a população" e também a questão do regime próprio da Previdência. "Tem uma agenda ampla e gostaríamos que o Congresso criasse um rito para aprovar essas medidas que deem segurança jurídica e criem um ambiente de negócios favorável à retomada do crescimento".
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