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Itamaraty ataca França e tensão sobre Amazônia aumenta

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota cobrando os países ricos pelo Acordo de Paris e fez um ataque inédito ao governo francês por suas declarações sobre a Amazônia. O ministério critica a França por "lançar iniciativas redundantes, com montantes que ficam muito aquém dos seus compromissos internacionais, e com insinuações ambíguas quanto ao princípio da soberania nacional".

(Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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247 - O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota cobrando os países ricos pelo Acordo de Paris e fez um ataque inédito ao governo francês por suas declarações sobre a Amazônia. O ministério critica a França por "lançar iniciativas redundantes, com montantes que ficam muito aquém dos seus compromissos internacionais, e com insinuações ambíguas quanto ao princípio da soberania nacional".

A reportagem do jornal O Globo destaca que "o texto foi divulgado às 23h, após o Palácio do Planalto recusar os US$ 20 milhões oferecidos pelo G7 para combater incêndios na Amazônia. Mais cedo nesta segunda, o presidente francês, Emannuel Macron , disse que está "em aberto" o debate sobre a internacionalização da Amazônia."

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A matéria ainda acrescenta que "após o Palácio do Planalto confirmar que irá recusar a verba prometida pelo G7, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles disse em entrevista ao 'Roda Viva', da TV Cultura, que a ajuda seria 'importante de ser aceita'. 'Onyx tem papel político. Eu sou ministro do Meio Ambiente e tenho outra visão', disse Salles."

Leia abaixo a nota do Ministério das Relações Exteriores: 

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Financiamento ambiental: mecanismos internacionais existentes

O Governo brasileiro tem acompanhado notícias veiculadas a respeito de um suposto lançamento de novas iniciativas relacionadas à Amazônia, que teriam por objetivo declarado o de apoiar a atividades de reflorestamento na Floresta Amazônica

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O Governo brasileiro recorda àqueles que estão aventando a possibilidade de lançar tais iniciativas o fato de que já existem vários instrumentos, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), para financiar atividades de redução do desmatamento e de reflorestamento.

Quando foi aprovado o Acordo de Paris em 2015, os países desenvolvidos comprometeram-se a mobilizar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático para os países em desenvolvimento até 2020, compromisso que não está sendo cumprido nem remotamente.

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São os seguintes os instrumentos existentes no âmbito da UNFCCC:

– REDD+, que visa recompensar financeiramente países em desenvolvimento por resultados de redução de emissões de gases de efeito estufa já alcançados, provenientes do combate ao desmatamento e à degradação florestal.

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Situação atual: O Brasil já teve reduções reconhecidas de 6 bilhões de toneladas equivalentes de CO2 provenientes do combate ao desmatamento. Essas reduções, cujo valor foi estimado em US$ 30 bilhões, ainda aguardam pagamento por parte da França e de outros países desenvolvidos.

– Fundo Verde para o Clima (GCF), que visa mobilizar financiamentos públicos de países desenvolvidos em prol de iniciativas em países em desenvolvimento relacionados ao enfrentamento da mudança do clima, inclusive projetos de REDD+.

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Situação atual: Não há clareza sobre o nível de compromisso da França e outros países desenvolvidos com a recomposição dos recursos do Fundo Verde para o Clima.

– Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Quioto e Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável (MDS), cujos termos estão sendo negociados neste momento no âmbito do Acordo de Paris, e que visam a estimular investimentos do setor privado em projetos ambientais, inclusive de reflorestamento, nos países em desenvolvimento.

Situação atual: no MDL, o setor privado brasileiro gerou um potencial de redução de 400 milhões de toneladas de CO² equivalente por meio de vários projetos ambientais realizados no país, inclusive de reflorestamento, mas países europeus se têm recusado a comprar a maioria dos créditos aos quais o Brasil faria jus, comprometendo projetos ambientais relevantes no país. Ademais, nas negociações do Acordo de Paris para criar novo Mecanismo de Desenvolvimento Sustentável, apresentaram propostas que, na prática, inviabilizariam o funcionamento do Mecanismo proposto pelo Brasil.

Cabe recordar que a meta de financiamento anual de US$ 100 bilhões até 2020 servirá de piso para a próxima meta global de financiamento climático a ser negociada na UNFCCC para o período pós-2020.

Espera-se da França – e de outros países que porventura apoiem suas ideias – que se engajem com seriedade nessas discussões no âmbito da UNFCCC, ao invés de lançar iniciativas redundantes, com montantes que ficam muito aquém dos seus compromissos internacionais, e com insinuações ambíguas quanto ao princípio da soberania nacional.

O Brasil está pronto para avançar soberanamente, em consonância com os instrumentos internacionais de que somos parte e nossa própria política ambiental, na implementação de ações concretas de combate ao desmatamento e à degradação de florestas, particularmente na Amazônia.

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