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Janot quer finalizar delações de Palocci e Funaro e dar início a inquéritos antes de deixar PGR

Informação foi divulgada pela Reuters e atribuída a uma fonte com conhecimento no assunto; Rodrigo Janot deixa o cargo de procurador-geral da República em 17 de setembro e, segundo a fonte, quer tempo para encerrar as negociações das delações e ainda aproveitar o que for revelado para dar início aos inquéritos necessários

Janot (Foto: Gisele Federicce)
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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Antes de terminar seu mandato como procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quer deixar finalizadas as delações premiadas que ainda estão sendo negociadas, incluindo as do ex-ministro Antonio Palocci e do operador financeiro Lúcio Funaro, e os pedidos de inquérito decorrentes destes dois acordos, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

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Janot deixa o cargo em 17 de setembro, quando assumirá o novo procurador-geral a ser indicado pelo presidente Michel Temer. Janot, segundo a fonte, quer tempo para encerrar as negociações das delações e ainda aproveitar o que for revelado para dar início aos inquéritos necessários.

"Ele não quer deixar nada nas gavetas", disse a fonte, sob condição de anonimato.

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A delação de Palocci, que pode envolver o sistema financeiro, causou tal preocupação no governo que o Planalto acelerou a publicação de uma medida provisória autorizando o Banco Central a fazer acordos de leniência com bancos no caso de se avaliar que pode haver impacto no sistema.

A primeira sentença contra o ministro da Fazenda do governo Lula deve ser publicada até a próxima semana, disse a fonte, o que pode ser um incentivo a mais para o acordo ser fechado mais rapidamente.

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Funaro, preso há mais de um ano em Brasília, trocou recentemente de advogado e contratou Antonio Figueiredo Basto, especialista em delações premiadas, tendo homologado mais de 10 apenas na operação Lava Jato. Basto estaria trabalhando diretamente no acordo de Funaro, e a expectativa é que haja novidades nas próximas semanas.

Classificado nas operações como um operador do ex-deputado Eduardo Cunha, Funaro teria atuado em esquemas de liberação de recursos do fundo FI-FGTS e outros fundos federais em troca de propina. Funaro foi o nome citado pelo ex-assessor especial da Presidência José Yunes como sendo o responsável por lhe entregar um envelope em nome do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

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Na semana passada, Funaro foi chamado a depor no inquérito que investiga Michel Temer por corrupção passiva, obstrução da Justiça e participação em organização criminosa.

A expectativa da Procuradoria-Geral é que ambas as delações abram novas frentes de investigação e acelerem os processos contra a cúpula do PMDB, para quem Funaro operava.

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Janot tem dito que não quer deixar nada pendente e planeja usar as novas investigações para fortalecer a força-tarefa da Lava Jato. O PGR chegou a considerar se candidatar a um terceiro mandato, mas não levou a ideia adiante.

Oito procuradores se apresentaram para concorrer na eleição interna da Procuradoria. Desses, os três mais votados são encaminhados em uma lista tríplice para o presidente, mas Temer não é obrigado a seguir as recomendações.

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O hábito de escolher o mais votado da lista foi uma tradição inaugurada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seguida por Dilma Rousseff, mas o Palácio do Planalto já deu sinais de que Temer poderá não seguir o padrão estabelecido.

Com o governo em guerra aberta contra a PGR, auxiliares do presidente têm lembrado constantemente que não existe a obrigação legal de escolher o mais votado.

Há um temor dentro do Ministério Público Federal sobre qual será o perfil deste novo PGR, que poderá não vir da lista tríplice.

"Mesmo que não seja alguém afinado com o governo, se for um procurador que decidir encontrar problemas em todas as delações --da JBS, da Odebrecht-- pode achar. E pode acabar com todas as investigações", disse a fonte.

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