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Julgamento de Lula deveria ser anulado, diz constitucionalista

Para a doutora em Direito Constitucional Adriana Ancona de Faria, a manipulação de dados e informações da Lava Jato reveladas pelo site The Intercept deveriam resultar na anulação do julgamento do ex-presidente Lula; "São informações que, mais uma vez, comprovam que esse julgamento não podia existir da forma como existiu e que tem que ser declarada a nulidade", afirma

Julgamento de Lula deveria ser anulado, diz constitucionalista (Foto: Reprodução | Senado)
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José Eduardo Bernardes*; Brasil de Fato - A condenação sem provas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo então juiz Sérgio Moro, vem sendo ainda mais questionada nos últimos dias, após a denúncia de conluio entre ele e procuradores da operação Lava Jato para prender Lula de qualquer maneira e afastá-lo da disputa eleitoral de 2018, segundo mensagens e arquivos divulgados pelo site The Intercept Brasil no domingo (9).

O caráter político da condenação fica agora mais escancarado, na opinião da doutora em Direito Constitucional Adriana Ancona de Faria, da Faculdade de Direito da PUC-SP.

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"São informações que, mais uma vez, comprovam que esse julgamento não podia existir da forma como existiu e que tem que ser declarada a nulidade. E ser colocado em liberdade o ex-presidente Lula para que a justiça brasileira recupere sua credibilidade dentro desse processo", analisa Adriana de Faria, em entrevista ao Brasil de Fato.

A professora também destaca o papel institucional do Ministério Público Federal (MPF), que deveria defender o interesse social e a ordem democrática. Segundo ela, esses princípios foram feridos na Lava Jato.

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"Um procurador pode, inclusive, perder o seu cargo se ele, de fato, atuou ao arrepio daquilo que era a sua função, contrariando o interesse público. E, se ele atuou de forma ilegal, efetivamente, contra a ordem democrática".

Lula era candidato à presidência da República, o que, para Adriana de Faria, agrava a atuação combinada entre os servidores públicos, já que vai na contramão dos princípios do Estado democrático de direito.

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Ela diz ser "absolutamente inaceitável" pensar na indicação de Sérgio Moro ao Supremo Tribunal Federal (STF), visto que o atual ministro ofendeu, "de forma frontal", o conceito constitucional do juiz natural.

"A atuação do então juiz Moro foi completamente fora do que a ordem constitucional brasileira autoriza. Ou seja, ela diz que o juiz tem que ser imparcial em sua atuação e não pode ter um posicionamento prévio nem atuar em conluio ou parceria com nenhuma das partes. Isso é absolutamente ilegal e nulo do ponto de vista processual".

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Adriana lembra que Moro e o MPF não negaram, em momento algum, o conteúdo dos diálogos divulgados, mas falam de ilegalidade no hackeamento das conversas de um espaço privado. Ela ressalta, no entanto, que a ilegalidade está escancarada, de fato, no caráter político das mensagens.

"O juiz atuou como parte dentro do processo e ofendeu a questão do juiz natural e a imparcialidade que deveria existir. Evidentemente, um juiz que atuou como parte, na delicadeza que era o processo - onde, inclusive, vazou conversa da presidente da República, uma situação muito mais grave até do que a que ele acusa em relação ao Intercept - está longe de poder ser um ministro do Supremo Tribunal Federal".

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*Colaborou Emilly Dulce

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