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Brasil

'Lula eleitoralmente viável é o moderado', afirma Reinaldo Azevedo

“Certamente a esquerda vai discordar de mim, mas continuo achando que o Lula eleitoralmente viável é o moderado", disse o jornalista. Ainda segundo ele, Lula "precisará ter uma habilidade formidável, porque qualquer escorregão pode ter sérias consequências”

Reinaldo Azevedo e Lula (Foto: Reprodução)
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Opera Mundi - No programa 20 MINUTOS ENTREVISTAS desta sexta-feira (26/11), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, entrevistou o jornalista Reinaldo Azevedo sobre o cenário eleitoral brasileiro.

Para Azevedo, está consolidada a disputa no segundo turno entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro. “Mas os números e o que vai acontecer até lá, eu não sei”, diz. E acredita que, para que o ex-presidente vença o pleito, ele terá de dialogar mais.

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“Certamente a esquerda vai discordar de mim, mas continuo achando que o Lula eleitoralmente viável é o moderado. Vejo hoje uma força muito maior para transformar Lula em uma caricatura do que em 2002, quando não havia redes sociais. Então ele precisará ter uma habilidade formidável, porque qualquer escorregão pode ter sérias consequências”, argumentou.

No entanto, Azevedo não avaliou como positiva a possibilidade de nomear Geraldo Alckmin como seu vice, numa tentativa de moderar a candidatura, como muitos vêm sugerindo. Aliás, o jornalista vê o movimento como irrelevante — não enfraqueceria nem agregaria votos. 

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“Se o problema do PT é a falta de credibilidade junto ao centro e a necessidade de pacificá-lo, que é algo que Lula precisará fazer, será que é Alckmin que resolverá a questão? Não seria ele a pacificar os mercados. Eu escolheria um empresário para ser o vice, não um político articulado”, ponderou.

Por outro lado, o jornalista disse que Alckmin seria importante no segundo turno se disputasse o governo de São Paulo, apoiado pelo PT, para fazer a conexão entre o partido e o chamado Centrão.

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“Até porque nessa equação temos Moro, que surge como moderado, nessa busca desesperada do centro, que de moderado não tem nada, é de extrema direita. Por mais que a esquerda não goste, a figura de centro é Lula”, reiterou.

Sergio Moro

Discutindo de forma mais detalhada sobre a candidatura do ex-juiz Sergio Moro (Podemos), Azevedo disse ter sérias ressalvas com relação a ele e criticou a grande imprensa por ter abraçado com tanta facilidade e rapidez sua candidatura, "esquecendo o papel que Moro teve na corrosão do processo democrático no Brasil".

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De acordo com o jornalista, o ex-juiz representaria uma “extrema direita envergonhada, meio covarde” que não tem coragem de ser abertamente homofóbica e misógina, por exemplo, como Bolsonaro: “a diferença entre os dois é a coragem”.

Por isso, ele não acha que Moro conseguirá tomar o lugar de Bolsonaro no segundo turno das eleições.

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Por outro lado, uma eventual candidatura do ex-juiz estrangula a de Ciro Gomes (PDT), que até então vinha tentando se apresentar como a alternativa à polarização: “Estrangula de vez aquilo que Ciro tentou ser e não é. Ele não tem o discurso da direita econômica e ninguém confia nele para ampliar seu discurso para o terreno da direita. Se descaracterizou e não adiantou de nada”.

Assim, o jornalista acredita que Moro acabará atraindo parte significativa dos votos do ex-governador cearense e frisou que ele deveria retirar sua postulação, até porque, num eventual segundo turno com Lula, seus eleitores migrariam em massa para o petista.

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Fim do PSDB

Azevedo também avaliou a situação dos tucanos que, após passar 20 anos disputando o poder com o PT, se tornaram irrelevantes no cenário político. 

“Ao abraçar a extrema direita — porque o PSDB não é de extrema direita em si — para derrubar Dilma, o partido rompeu a equação que o beneficiava. A gente perdeu o equilíbrio estabilizador do processo político que segurava os extremos, com os tucanos como os atores da centro-direita para a direita e os petistas como atores da centro-esquerda para a esquerda. O PSDB era antes a única alternativa para o PT, quando ele rompeu esse equilíbrio evidenciando que havia outras alternativas, ainda mais à direita, saiu prejudicado”, discorreu.

Como resultado, o jornalista avaliou que a legenda ficou desordenada e fragmentada, com seus políticos fazendo política regional, a exemplo de João Doria em São Paulo e Eduardo Leite no Rio Grande do Sul, sem uma identidade partidária e sem estar subordinados a nada. 

“Virou um ajuntamento de vaidades e todas falam pelo PSDB. Como partido, desapareceu. Partidos, aliás, que votam unidos, têm uma voz de comando, entre outras coisas, temos hoje o PT, o PSOL e o PCdoB”, afirmou.

Resiliência no voto em Bolsonaro

Diante do cenário mais provável, Azevedo abordou a candidatura de Bolsonaro e sua base de apoio aparentemente inabalável: “A questão é que ele se parece muito com uma parcela considerável da população no sentido de que ele simula muito um homem comum”.

Lula, na concepção do jornalista, também teria essas características, por se identificar com o povo, por ter problemas que parecem ser os mesmos da população, por ser de origem humilde — e Bolsonaro também.

“Ele tem comportamentos que não são ideológicos. Tem o famoso ‘ninguém manda em mim’, por exemplo, e obedece o clichê das soluções simples e erradas para problemas difíceis. As pessoas querem respostas rápidas e ele encarna isso. Ele também diz o que a extrema direita pensa, diz coisas que parte da população pensa e que ninguém mais na política brasileira poderia dizer. Acho até que se ele tivesse cedido ao bom-senso e razoabilidade ele teria sido engolido pelo Moro ou pelo Doria a essas alturas”, destacou.

Por outro lado, Lula, que oferece soluções complexas, por envolver toda a maquinaria do pensamento social, também consegue traduzir seu pensamento e torná-lo compreensível.

“Então não posso revelar em quem vou votar, mas ninguém tem o direito de duvidar que eu não votarei em Bolsonaro, como não votei nas últimas eleições. Nem em Moro. Aí fazer equações não é difícil”, confessou.

Assista a íntegra da entrevista.

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