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Moro, militares e Olavistas estão no centro da disputa pelo comando da PGR

Depois da disputa pelo controle dos ministérios da Educação e das Relações Exteriores, dois grandes grupos disputam dentro do governo influência sobre a indicação do futuro procurador-geral da República. De um lado estão o ministro da Justiça, Sergio Moro , e os generais do alto escalão. O outro grupo é formado por seguidores do ideólogo de direita Olavo de Carvalho , entre eles o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)

Moro, militares e Olavistas estão no centro da disputa pelo comando da PGR (Foto: PGR)
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247 - Depois da disputa pelo controle dos ministérios da Educação e das Relações Exteriores, dois grandes grupos disputam dentro do governo influência sobre a indicação do futuro procurador-geral da República. De um lado estão o ministro da Justiça, Sergio Moro , e os generais do alto escalão. O outro grupo é formado por seguidores do ideólogo de direita Olavo de Carvalho , entre eles o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A reportagem é do jornal O Globo. 

A disputa começou de forma silenciosa no governo, mas já começa a ganhar as redes sociais. No final do mês passado, os seguidores de Olavo lançaram no Twitter a hasthag "#AiltonBeneditoPGR", em defesa da candidatura do procurador da República em Goiás Ailton Benedito, declaradamente um conservador, que faz campanha na internet contra a esquerda. Ano passado, ele escreveu que nazistas eram socialistas, bordão repetido pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

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Fãs de Benedito já estão até fazendo campanha contra uma eventual candidatura do procurador regional da República Deltan Dallagnol. Para a ala de Olavo, o chefe da força-tarefa do Paraná, que comandou investigações contra o PT, seria quase um "comunista". Experientes observadores da sucessão, dizem que Ailton não teria votos na categoria. Ou seja, ele concorreria fora da lista tríplice a ser escolhida numa eleição conduzida pela Associação Nacional dos Procuradores da República.

Moro e os militares não fecharam questão em torno de um nome específico. A tendência, no entanto, é que apoiem a indicação de um dos três nomes da lista. Segundo um interlocutor do ministro, Moro e os generais formariam um grupo de "inspiração weberiana", mais inclinado a processos racionais e menos personalistas de administração pública. Entre os militares que deverão opinar na questão estão os ministros Augusto Heleno, Gabinete de Segurança Institucional, e Santos Cruz, da Secretaria de Governo.

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O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, também terá peso na escolha. Os ministros da Advocacia-Geral da União (AGU), André Luiz Mendonça, e da Controladoria-Geral da União, Wagner de Campos Rosário, já demonstraram interesse em participar da disputa. Os dois estariam mais afinados com o grupo de Moro. Dentro do Ministério Público Federal, três nomes são mais populares e tem chances de estarem na lista tríplice. São eles os procuradores regionais Vladimir Aras, Lauro Cardoso e Blal Dalloul.

Um dos chefes da investigação sobre o Banestado na década passada e ponto de apoio internacional da Lava-Jato em Brasília, Aras é, entre os candidatos declarados, o mais próximo do ministro da Justiça. Capitão da reserva do Exército, Lauro Cardoso tem maior proximidade com a ala militar. A concorrência entre este grupo tende a se complicar com a decisão da subprocuradora-geral Luiza Frischeisen de entrar na disputa, no vácuo deixado pela desistência do subprocurador-geral Nicolao Dino. A subprocuradora é considerada bem popular entre os colegas.

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Este ano, mais de dez nomes estão de olho no cargo de procurador-geral. Na lista de candidatos declarados e não declarados estão os subprocuradores Augusto Aras, Mário Bonsaglia, Bonifácio Andrada, Paulo Gonet , Luciano Maia e os procuradores regionais Robalinho Cavalcante e Guilherme Schelb. Aras se apresenta como candidato, mas já avisou que não concorrerá à lista tríplice. Crítico da lista, ele prefere esperar uma indicação direta do nome dele. Andrada, Gonet e Maia não se declaram candidatos. Mas colegas o vêem como concorrentes. Andrada e Gonet, assim como Aras, concorreriam fora da lista.

Ainda não está certo se a atual procuradora, Raquel Dodge, concorrerá à reeleição. Na bolsa de apostas interna, poucos arriscam colocar o nome da procuradora-geral entre os favoritos a integrar a lista tríplice. Procuradores criticam Dodge sob o argumento de que ela teria esvaziado a Lava-Jato e de que teria hesitado ao longo das investigações sobre o ex-presidente Michel Temer. Dodge teria perdido apoio interno. Mas, se perdeu força entre colegas, a procuradora-geral ainda é vista como um bom nome por políticos como os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

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O governo tem emitido sinais contraditórios sobre a escolha do futuro procurador-geral. Até o momento, Jair Bolsonaro não se comprometeu a manter a tradição de escolher o chefe do Ministério Público a partir da lista tríplice. No início do ano, o ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, fez declaração favorável a lista. Mas não foi além disso. As tratativas sobre a escolha do futuro PGR estão sendo feitas em caráter reservado. Publicamente, nenhum dos atores decisivos na escolha diz estar cuidando do assunto. Mas o tema é um dos mais explosivos.

O futuro procurador-geral deverá lidar com questões essenciais para o país. Caberá ao futuro chefe do Ministério Público decidir se apoia ou contesta movimentos do governo favoráveis à flexibilização do uso de armas, corte de verbas das universidades federais, à escola sem partido, ao afrouxamento de regras de proteção ambiental, entre outras propostas consideradas polêmicas. Outra questão importante é o destino a ser dado as investigações sobre Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

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O caso está sendo conduzido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Mas uma das movimentações atípicas do ex-assessor diz respeito a um depósito na conta de Michelle Bolsonaro, mulher do presidente. Bolsonaro chamou para si a responsabilidade sobre o depósito. Disse que o dinheiro foi pagamento de um empréstimo. O Ministério Público ainda não se manifestou sobre as explicações do presidente.

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