Morreu o brasileiro que mais ergueu pontes com a América Latina
Ao lado de Samuel Pinheiro Guimarães e do ex-embaixador Celso Amorim, o professor Marco Aurélio Garcia, ex-assessor para Assuntos Internacionais dos governos Lula e Dilma, falecido na quinta-feira 20, compôs o trio que reposicionou a política externa brasileira no século 21; e o fez para bem longe da diplomacia americanófila, retomada após o golpe de 2016; confira o editorial do site Carta Maior sobre o intelectual
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Da Carta Maior - Faleceu nesta quinta-feira, 20 de junho, o professor Marco Aurélio Garcia, ex-assessor para Assuntos Internacionais dos governos Lula e Dilma.
Vítima de um ataque cardíaco, Marco Aurélio, ou MAG, como era chamado pelos amigos, havia se recuperado de problemas semelhantes em 2013, quando recebeu duas pontes de safena.
Ao lado de Samuel Pinheiro Guimarães e do ex-embaixador Celso Amorim, ele compôs o trio que reposicionou a política externa brasileira no século 21. E o fez para bem longe da diplomacia americanófila, retomada após o golpe de 2016.
Professor aposentado do Departamento de História da Unicamp, esse gaúcho que lecionou também em universidades de Paris e Santiago ocupou a vice-presidência da UNE nos anos 60 e, coisa que poucos sabem, exerceu um mandato de vereador em Porto Alegre.
Durante todo o período em que esteve no governo, MAG foi alvo da perseguição feroz dos interesses que contrariava na política internacional brasileira.
A trajetória de MAG diz muito sobre essa obsessão conservadora em afastá-lo do poder. MAG era o Secretário de Relações Internacionais do PT, em 1990, quando foi criado o Foro de São Paulo. Seu objetivo estratégico: promover a nucleação de todos os grupos de esquerda da América Latina e Caribe.
Para quê? Para lançar as sementes de uma integração latino-americana e caribenha oposta à agenda regional secularmente subordinada aos impérios. Foi o que pautou o seu incansável trabalho ao longo da última década.
Hoje, mais que nunca, os ventos desfavoráveis provam o acerto da visão que ele deixa como herança para os que seguirão comprometidos com a mesma agenda.
Leia aqui um perfil de Marco Aurélio García, publicado anteriormente em Carta Maior, que se orgulha de tê-lo inscrito entre os seus colunistas fundadores.
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