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Brasil

O avanço do crime organizado

A sociedade quer saber qual é a estratégia do poder público para encarar a questão

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A série de reportagens na imprensa mostrando o grande número de assaltos a bancos em todo o país nos leva a pensar seriamente sobre o que fazer para estancar esta que parece ser uma tendência do crime organizado: o uso cada vez maior de explosivos a base de dinamite para destruir caixas eletrônicos, agência bancárias, carros-fortes, empresas e até prefeituras.

As quantidades utilizadas são, inclusive, muito maior do que as necessárias e em muitos dos casos o prédio inteiro e seus arredores são abalados, colocando em risco não apenas o patrimônio mas a vida de muitas pessoas. Por que será que os bandidos não economizam munição? Desconhecimento técnico, facilidade de encontrar o produto e preços acessíveis parecem negar a máxima "o crime não compensa".

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Em Pedro Juan Caballero ou Ciudad del Este, cidades paraguaias na fronteira com o Mato Grosso do Sul, uma banana de dinamite é vendida em média por R$ 450 reais. Em reportagens do Fantástico, este ano, um traficante paraguaio afirma que costuma vender para clientes do Brasil e um garimpeiro no interior da Paraíba oferece 25 quilos de dinamite por R$ 260,00.

A disseminação de informações com imagens de entrevistas feitas com traficantes de explosivos leva as autoridades a perceber a dimensão do problema gerando a busca de soluções. Ao mesmo tempo, no entanto, funciona como escola para quadrilhas que passam a perceber a facilidade com a qual a dinamite é comprada, no Brasil e em países vizinhos.

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As cenas são impressionantes e ocorrem em todo o país. Em questão de minutos bandidos entram num estabelecimento usando machados ou um simples pé de cabra, fazem reféns clientes, vigilantes ou policiais e no caso de agências bancárias ou empresas colocam dinamite dentro dos caixas eletrônicos ou cofres, retirando o dinheiro e fugindo.

A estratégia usada é dar preferência a cidades de pequeno e médio porte onde os postos policiais e delegacias contam com poucos e mal equipados policiais. Muitas vezes eles atacam antes a delegacia e depois se dirigem ao banco ou ao caixa eletrônico para diminuir ainda mais as possibilidades de insucesso.

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As ações têm, não apenas destruído caixas eletrônicos, mas aterrorizado cidades inteiras pela proporção dos estragos e o barulho ensurdecedor das explosões. Muitas vezes o enfrentamento dos bandidos pela polícia se resume a uma luta de pistolas contra fuzis de grosso calibre. E adivinhem: quem na maioria das vezes está de porte dos fuzis?

Além do comércio clandestino a guerra é alimentada também pelo roubo de explosivos. Dados do Comando do Exército - a quem cabe por lei fiscalizar a fabricação, o comércio e o uso de explosivos - indicam que, durante a fiscalização de mais da metade das 1.070 empresas que têm autorização no país para usar estes produtos, foram registrados, no ano passado, 60 casos de extravio de explosivos.

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Dentro do país, denúncias dão conta do desvio de dinamite das mais variadas procedências: obras de duplicação de rodovias; mineradoras, garimpos em estados como Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul.

Em nota enviada ao Fantástico, a Polícia Federal diz que tem intensificado a atuação contra os assaltantes de bancos que utilizam explosivos. A sociedade deve, no entanto, estar preocupada em saber qual é a estratégia global do poder público para atacar o problema. Repressão apenas não é o suficiente.

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Para inibir esses assaltos, o mecanismo de segurança mais comum é o dispositivo que mancha as notas quando o caixa é estourado, mas os bandidos descobriram como lavar as cédulas. Na primeira leva de tinta eles conseguiam limpar a tinta. Os bancos já estão atualmente no quarto tipo de tinta. Segundo o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Murilo Portugal, esse tipo de tinta que é usado agora não se consegue lavar, porque ela se entranha na nota.

Outras tecnologias estão sendo testadas, como a bomba que solta fumaça na agência quando os caixas são atacados. A ideia é dificultar a visão dos bandidos, que assim desistiriam do assalto.

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Na verdade devemos atacar as causas do problema, que variam da facilidade de acesso aos explosivos à precariedade da segurança pública e portanto da crença na impunidade por parte das quadrilhas. A resposta do poder público deve ser orquestrada com medidas de repressão ao crime, fiscalização de empresas que produzem e utilizam explosivos e a modernização da legislação. Proponho a federalização do crime de assaltos a bancos e transporte de valores, que passaria a ser de responsabilidade da Polícia Federal e que o julgamento destes crimes fossem realizados também no âmbito da justiça federal.

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