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O crime nem sempre compensa, Juquinha

Justiça de Goiás determinou o confisco dos bens acumulados pelo ex-chefe da Valec, a estatal que cuidava das bilionárias obras nas ferrovias; decisão inclui três mansões em Alphaville e várias fazendas; num grampo da Operação Trem Pagador, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) avisou: “Vai dar m...”; será que a investigação pode chegar a peixes maiores?

O crime nem sempre compensa, Juquinha (Foto: Edição/247)
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247 – José Francisco das Neves, o Juquinha, ex-presidente da Valec, a estatal responsável pelos projetos ferroviários no Brasil, como a construção da Norte-Sul, prestou um serviço ao País. Foi tão descuidado na gestão dos seus sinais exteriores de riqueza, deu tanta bandeira, que acabou se tornando presa fácil para as autoridades. Em Goiânia, ele construiu não uma, mas três mansões, no principal condomínio de luxo da cidade: o Alphaville, o mesmo onde Carlos Cachoeira foi preso. No interior, adquiriu várias fazendas pagando em dinheiro vivo. E não teve cuidados ao falar ao telefone. Resultado: será a primeira pessoa a ser condenada pela nova lei de lavagem de dinheiro no País.

Isso começou a acontecer nesta sexta-feira, quando a Justiça Federal de Goiás determinou o confisco de todos os seus bens adquiridos com recursos públicos desviados. Preso ao lado da mulher e dos filhos, ele está perdendo as casas e as fazendas. “É a primeira vez que isso acontece”, comemorou o promotor Hélio Telho, responsável pela operação. A nova lei de lavagem de dinheiro entrou em vigor na última terça-feira 10 e permite às autoridades aplicar o confisco dos bens, quando há indícios veementes de que os mesmos foram adquiridos por meio de atividades ilegais.

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O elo entre os casos Juquinha e Cachoeira não é apenas o fato de ambos terem sido presos em Alphaville. Quem deu a ordem para confiscar os bens do ex-presidente da Valec foi o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, o mesmo que mandou prender o bicheiro.

Na Valec, Juquinha recebia cerca de R$ 20 mil mensais, mas acumulou patrimônio superior a R$ 60 milhões nos oito anos em que chefiou a estatal, de 2003 a 2010. Apadrinhado pelo deputado Valdemar Costa Neto, do PR, e pelo senador José Sarney, do PMDB, Juquinha caiu num grampo constrangedor, ao conversar com Valdemar. “Vai dar merda”, disse o parlamentar paulista, ao falar de irregularidades no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit.

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Deu “m” na Valec. Segundo o procurador Hélio Telho, as investigações da Operação Trem Pagador comprovaram desvios da ordem de R$ 144 milhões na era Juquinha. A nova de lei de lavagem de dinheiro foi sancionada pela presidente Dilma e envolve ainda penas que podem chegar a 10 anos de prisão.

Juquinha descobre, na pele, que o crime nem sempre compensa. Mas o procurador Hélio Telho não deixou claro se a Operação Trem Pagador poderá fisgar peixes maiores, alcançando os políticos, que, nos últimos oito anos, seguraram o ex-presidente da Valec no cargo.

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