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Brasil

Pandemia agrava situação de fome em Portugal e brasileiros lideram entre imigrantes

De acordo com a base de dados Pordata, Portugal tem 21% da população em risco de pobreza e a expectativa dos órgãos de estatística nacionais é de que o índice se agrave

Portugal (Foto: CC BY-SA 2.0 / Susanne Nilsson / Cais das Colunas, Lisboa)
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Sputnik Brasil - Os Bancos Alimentares de Portugal contabilizam 60 mil novas pessoas pedindo ajuda em apenas três meses. Reflexo da crise social e econômica causada pela pandemia, que voluntários, instituições e governo tentam enfrentar.

De acordo com a presidente da Federação dos Bancos Alimentares de Portugal, Isabel Jonet, a pandemia não trouxe apenas aumento no número, mas também uma mudança radical no perfil de quem passa fome.

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"Nós em Portugal temos uma pobreza estrutural, que é mais ligada à idade, baixas pensões de reforma [aposentadoria], deficiências, e a Covid-19 trouxe pessoas que nunca imaginaram que iam ficar com falta de comida na mesa. Pessoas mais novas, em idade ativa, com filhos, que deixaram de poder trabalhar ou que deixaram de ter a totalidade dos rendimentos. Nem sequer têm o subsídio de alimentação nem quaisquer outras compensações", diz Isabel Jonet à Sputnik Brasil.

Segundo a presidente, a crise pegou de surpresa "pessoas que nunca tinham enfrentado uma situação de pobreza e isso é muito duro".

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Além do perfil social geral, a entidade também reconhece o aumento dos pedidos de imigrantes, "sobretudo brasileiros".

"São pessoas que tinham vindo cá para trabalhar no turismo, na hotelaria, nos pequenos comércios e isso tudo encerrou. Também há muitos cabeleireiros, pessoas ligadas à estética, e isso tudo esteve encerrado. Essas pessoas já recomeçaram, o problema é que durante três meses, quando estiveram paradas, acumularam dívidas, não pagaram a renda da casa, por vezes tinham o crédito do carro, ficaram em situação difícil. Muitos também optaram por regressar ao Brasil", diz Isabel Jonet.

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Políticas oficiais

De acordo com a base de dados Pordata, Portugal tem 21% da população em risco de pobreza e a expectativa dos órgãos de estatística nacionais é de que o índice se agrave.

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Ainda em maio, o governo aumentou em 50% a distribuição de cestas básicas para 600 instituições sociais, beneficiando 90 mil famílias. A medida complementou um conjunto de ações extraordinárias durante o estado de emergência, que também contou com auxílios financeiros para trabalhadores afetados pela crise.

Outra ação ainda em vigor em Lisboa é uma parceria da prefeitura com a Marinha. Desde o mês de março, os militares distribuem refeições prontas para moradores de rua.

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"A distribuição ocorre todos os dias ao almoço e ao jantar. As refeições são preparadas por empresas parceiras da Câmara Municipal de Lisboa. As ações irão decorrer mediante uma constante avaliação da situação em conjunto com os parceiros", explica a assessoria da Marinha em nota à Sputnik Brasil.

Até o dia 13 de julho, os militares tinham distribuído mais de 24 mil refeições.

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Ações voluntárias

Além das ações institucionais, várias iniciativas voluntárias, de pessoas comuns, continuam se multiplicando pela capital portuguesa.

Durante o mês de julho, o chef Tanka Sapkota, dono de quatro restaurantes e detentor de prêmios internacionais, percorreu Lisboa com um forno móvel para preparar e doar pizzas para famílias carentes.

Imigrante, natural do Nepal e radicado em Portugal desde os anos 90, Sapkota diz que "tinha de cumprir um dever". "Começamos separando uma parte dos lucros para doar para os Bancos Alimentares e para a Associação Nepalesa, mas vi, com o agravamento da situação, que era preciso mais", conta o chef à Sputnik Brasil.

Em parceria com a prefeitura, a iniciativa percorreu todas as freguesias de Lisboa, como são chamados os bairros, e mobilizou 500 pessoas, entre voluntários e associações de moradores. Sapkota distribuiu 10.500 pizzas para 2.500 famílias.

"Mais do que ajudar, senti que era preciso ser um exemplo, uma inspiração. A dificuldade ainda não acabou", diz o chef.

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