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Brasil

"Polarização se calcificou na sociedade brasileira", diz Felipe Nunes

Diretor da Quaest diz também que Lula ganhou de presente o papel de defensor da democracia

Diretor-fundador do Instituto Quaest, Felipe Nunes, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução/TV Cultura | REUTERS/Washington Alves)
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247 – O diretor da Quaest, Felipe Nunes, avalia que a polarização política é uma tendência que veio para ficar na sociedade brasileira. “O voto deixou de ser uma escolha, uma verbalização da preferência, para ser a manifestação de uma visão de mundo. A novidade é que a eleição acaba, mas a divisão não acaba. O comportamento polarizado continua. Esse processo calcifica as posições políticas e começa a afetar outros campos. O sujeito não quer que seu filho se case com alguém do outro lado, não quer mais comprar produto de empresário que se manifesta do outro lado, não quer ouvir música se o artista apoiou o rival. As bolhas do meio digital viram bolhas no dia a dia. Galgou à vida cotidiana”, disse ele, em entrevista ao jornalista Ricardo Mendonça, do Valor Econômico.

Nunes também falou sobre como a desinformação corrói a democracia. “Estão destruindo a democracia. O volume de pessoas conectadas é enorme. Os algoritmos vão gerando conteúdos que vão te agradar, hedonistas. Você passa procurar cada vez mais só o que vai ao encontro do que já pensa e começa a negar fontes de informação que não atendam aos seus interesses. Dissonância cognitiva”, apontou. “Com as ‘fake news’ você não precisa mais buscar consenso, encontrar meio termo. Cada um vem com seu mundo pronto, alimentado por notícias produzidos para ele. É perigoso. Ninguém mais olha pro lado, não conversa, não discute, não tem o contraditório.”

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Nunes disse ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem diante de si uma oportunidade. “Lula ganhou de presente o papel de defensor da democracia. Ele precisa lembrar que há gente que votou Bolsonaro e que não quer autoritarismo e não aprova o 8 de janeiro. Então Lula tem de caracterizar o caso como obra de radicais, golpistas, vândalos. Se ficar dizendo que é bolsonarismo, esse eleitor do Bolsonaro que não gostou do 8 de janeiro vai se sentir compelido a defender o vandalismo.”

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