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Brasil

Pré-julgamento de Lula, general diz que Exército repudia impunidade

Pelo Twitter, o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, disse nesta noite assegurar "à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais"; declaração vem sendo criticada por profissionais do Direito, parlamentares e jornalistas, interpretada como pressão contra os ministros do STF um dia antes do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula; os tuítes tiveram grande destaque no Jornal Nacional, da Globo

Eduardo Dias da Costa Villas Bôas (Foto: Gisele Federicce)
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247 - Na véspera do julgamento do habeas corpus que pede que o ex-presidente Lula não seja preso até o trânsito em julgado de seu processo, o comandante do Exército brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, postou duas mensagens em sua conta no Twitter na noite desta terça-feira 3 que sinalizam uma pressão contra os ministros do Supremo Tribunal Federal.

"Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?", postou o militar.

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Completou em seguida: "Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais".

As declarações foram feitas no mesmo dia em que um general da reserva, Luiz Gonzaga Schroeder Lessa, disse que se o STF mudar seu entendimento sobre a segunda instância, "aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem. Mas não creio que chegaremos lá".

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As postagens de Villas Bôas geraram intensas reações contrárias, de setores variados. Profissionais do Direito, jornalistas e diversos parlamentares se manifestaram contra as mensagens e repudiando qualquer tipo de pressão contra o Supremo. Os tuítes ganharam destaque no Jornal Nacional, da TV Globo, o que também gerou críticas.

"A manifestação do general Villas Bôas é inaceitável na democracia. É pressão indevida sobre Rosa Weber e o Supremo. Ditadura nunca mais", reagiu o jornalista Kennedy Alencar. Ele também sugeriu que o general, que falou repudiar a impunidade, "deveria começar defendendo a punição dos crimes da ditadura de 64".

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"Declaração do general bateu quadrada no STF. Um ministro que tem excelente relação com Villas Bôas (e que deve votar contra HC de Lula, diga-se) achou 'inadequada' a manifestação", escreveu a jornalista Natuza Nery, comentarista da Globonews. O juiz de São Paulo Marcelo Samer comentou em cima: "Inadequada? Foi uma quebra da ordem democrática essa ameaça ao STF".

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), criticou a forma como as mensagens do general foram tratadas pela Globo. "É escandalosa a pressão da Rede Globo sobre o STF pra que seja negado o direito de Lula se defender em liberdade de uma condenação ilegal e injusta, sem provas, sem crime. Chegaram ao cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando ao julgamento um tuite do comandante do Exército", escreveu.

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"Assim como afirma o general Villas Boas, nós do PT defendemos o combate à impunidade e o respeito à Constituição, inclusive no que diz respeito ao papel das Forças Armadas. E o respeito à Constituição implica na garantia da presunção de inocência", continuou Gleisi.

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