Previdência sobe no telhado com concessão de Bolsonaro a militares
A inclusão da proposta de reestruturação de carreira dos militares dentro do pacote de reforma da Previdência, que foi entregue na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (20) pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, irritou líderes partidários, inclusive os próprios bolsonaristas; a evidência de que Bolsonaro agrada aos militares, enquanto penaliza os trabalhadores em geral cria problemas políticos no caminho da tramitação da Reforma da Previdência
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247 - A inclusão da proposta de reestruturação de carreira dos militares dentro do pacote de reforma da Previdência, que foi entregue na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (20) pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, irritou líderes partidários, inclusive os próprios bolsonaristas; a evidência de que Bolsonaro agrada aos militares, enquanto penaliza os trabalhadores em geral cria problemas políticos no caminho da tramitação da Reforma da Previdência.
O próprio deputado Delegado Waldir (PSL-GO), que representa o partido do presidente, afirmou que a proposta vem em "momento difícil" e que pode abrir precedente para a inclusão de outras carreiras, diminuindo o impacto fiscal das propostas de mudança nas regras da aposentadoria.
"Nós estaremos analisando, sabemos que vem uma reestruturação de cargos que traz gastos públicos, a liderança vai ver se existe equidade com as demais carreiras policiais e aí dialogar", afirmou Waldir em reportagem do jornal Valor Econômico.
A reestruturação das Forças Armadas representa uma despesa adicional de R$ 86,85 bilhões em dez anos, reduzindo a economia com a mudança nas regras de aposentadoria para R$10 bilhões no mesmo período.
"A análise é a mesma em partidos do centrão, que afirmam que uma reestruturação de carreiras militares neste momento pode 'abrir a porteira' para que civis peçam a mesma coisa, informa o Valor
O projeto que propõe uma reforma na "Previdência" das Forças Armadas, apresentado nessa quarta-feira, enfraquece o discurso do governo de que todos vão dar sua contribuição ou sacrifício para o equilíbrio fiscal. Ao combinar no mesmo projeto a parte de "Previdência" com a reestruturação da carreira, o governo quase anulou o ganho fiscal que havia prometido há um mês, quando anunciou a PEC que já tramita no Congresso. Há pouco a ser comemorado do ponto de vista fiscal com um saldo líquido positivo de apenas R$ 10,45 bilhões em 10 anos, ou pouco mais de R$ 1 bilhão anualmente, analisa em outro artigo o jornal Valor Econômico.
O artigo mostra que "o texto dos militares propõe medidas muito difíceis de se defender politicamente, como dobrar de quatro para oito vezes o valor do soldo pago para quem sai da ativa para a reserva (a aposentadoria dos militares), em especial em um ambiente no qual será preciso aprovar 'maldades' previdenciárias para toda a sociedade".
"Será complicado explicar que o país está sem dinheiro, precisando urgentemente resolver sua questão fiscal e, ao mesmo tempo, criar uma despesa de R$ 86,9 bilhões em dez anos – que é o custo dos ganhos prometidos para o pessoal das Forças. Mais difícil ainda será um parlamentar votar a favor disso e defender medidas como a revisão do BPC e a possibilidade de a pensão por morte ficar abaixo de um salário mínimo".
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