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Sem apoio, Temer autoriza mudanças na reforma da Previdência

Michel Temer afirmou nesta quinta-feira 6 que autorizou mudanças na proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo ao Congresso para que seja aprovada, desde que não mude a exigência de idade mínima, e declarou que o governo está "trabalhando intensamente" para conseguir os 308 votos necessários para aprovar o texto; em coletiva de imprensa, o relator da reforma, Arthur Maia (PPS-BA), afirmou que cinco pontos serão alterados

Michel Temer afirmou nesta quinta-feira 6 que autorizou mudanças na proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo ao Congresso para que seja aprovada, desde que não mude a exigência de idade mínima, e declarou que o governo está "trabalhando intensamente" para conseguir os 308 votos necessários para aprovar o texto; em coletiva de imprensa, o relator da reforma, Arthur Maia (PPS-BA), afirmou que cinco pontos serão alterados (Foto: Gisele Federicce)
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(Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou nesta quinta-feira que autorizou mudanças na proposta de reforma da Previdência enviada pelo governo ao Congresso Nacional para que seja aprovada, desde que não mude a exigência de idade mínima.

Temer disse ainda, em entrevista à rádio Bandeirantes, que o governo está "trabalhando intensamente" para conseguir os 308 votos necessários para aprovar a reforma na Câmara dos Deputados.

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"Você governa em um diálogo do Executivo com o Legislativo, e eu tenho ouvido muitos membros do Legislativo, e eles fazem ponderações do tipo aposentadoria do trabalhador rural, a questão dos deficientes, do beneficio de prestação continuada", afirmou o presidente.

"E eu acabei de autorizar o relator a fazer os acordos necessários nesse tópico desde que se mantenha a idade mínima, que é o que aconteceu em vários países", acrescentou, referindo-se ao deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da proposta na Casa.

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Pesquisa feita pelo jornal O Estado de S. Paulo com deputados revelou na quarta-feira que a proposta do governo sobre a reforma da Previdência seria rejeitada por 242 parlamentares, mesmo com a opção de suavizar o texto. Para aprovar a reforma, o governo precisa de 308 votos favoráveis, de um total de 513 deputados.

O levantamento acabou estressando os mercados financeiros, com o dólar em alta frente ao real e a Bovespa em baixa, com investidores temerosos de que a reforma da Previdência possa não ser aprovada ou acabe sendo muito desfigurada pelos parlamentares. A matéria é considerada essencial, inclusive pela equipe econômica de Temer, para colocar as contas públicas do país em ordem.

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Fontes do Palácio do Planalto disseram à Reuters, também na quarta-feira, que o governo reconheceu a dificuldade em aprovar a reforma na Câmara e, por isso, decidiu estender o prazo de negociação do relatório na comissão especial que trata do tema.

Na entrevista à rádio Bandeirantes, Temer disse ainda que o governo tem tido apoio fechado do Congresso "a todas as medidas" que têm sido propostas", e voltou a dizer que o Brasil está aos poucos recuperando a credibilidade dos investidores por meio das medidas de ajuste.

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(Por Patrícia Duarte, em São Paulo)

Governo vai alterar regras de transição e outros 4 pontos da reforma da Previdência

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Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Diante da constatação de que não teria condições de aprovar a reforma da Previdência como está, o governo admitiu alterar a proposta em pelo menos cinco pontos mais sensíveis: as regras de transição, as normas para aposentadoria rural, o acúmulo de pensões, aposentadorias especiais para professores e policiais e os Benefícios de Prestação Continuada.

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A mudança de rumo do governo levou também à extensão do cronograma da comissão. A apresentação do relatório de Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), prevista inicialmente prevista para esta semana e já adiada para a próxima, foi remarcada agora para o dia 18 deste mês, informou o presidente da Comissão, Carlos Marun (PMDB-MS).

O presidente Michel Temer chamou na noite de quarta-feira uma reunião com Oliveira Maia e Marun), além dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Fazenda Henrique Meirelles, para informar que o governo concordava em modificar os pontos que estavam dificultando uma negociação com os parlamentares.

"Essa manifestação do presidente deixa a nós todos, deputados da base, livres para podermos avançar e realizar esses ajustes, mas todos eles para atender os menos favorecidos", disse Oliveira Maia.

Segundo o relator, ainda não há definição sobre as alterações que serão feitas em todos esses pontos, mas o governo e os parlamentares estudam alternativas, especialmente para as regras de transição.

Uma das opções que está sendo estudada, afirmou Oliveira Maia, é a possibilidade de se criar uma idade mínima para se aposentar para vigorar na transição, a partir da promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que poderia ser de 60, 57 ou 55 anos.

Outra possibilidade é ampliar o prazo de transição, o que já vem sendo estudado há algum tempo pelos técnicos do governo.

"As prováveis mudanças serão primeiro no sentido de trazer a inclusão na regra um pouco para trás e depois a compatibilização entre idade mínima e tempo de contribuição", disse o relator.

O governo ainda tenta encontrar também uma fórmula para a aposentadoria rural. Parte dos parlamentares quer evitar a cobrança de contribuição e outros defendem também uma idade mínima menor que os 65 anos que valerá para o restante dos trabalhadores.

O relatório deve prever ainda a autorização para acúmulo de pensões em um valor ainda a ser definido, mas que não ultrapasse o teto da Previdência e regras especiais para professores e policiais --neste caso, um dos principais problemas dos deputados com suas bases, já que as duas categorias tinham enorme resistência às mudanças.

"Não há aí nenhum privilégio, o que existe é buscar um equilíbrio maior, um senso de justiça", disse o relator, defendendo ainda que as duas categorias já tinham regras especiais.

RESPONSABILIDADE FISCAL

Apesar das mudanças em pontos centrais da reforma, o discurso do governo continua sendo de que não haverá prejuízo do ajuste fiscal.

"Tudo que pode ser objeto de modificação será feito mas dentro do objetivo de preservar o ajuste fiscal. Não há nada que possa mutilar o eixo central que é a preservação das contas públicas", disse o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy.

De acordo com o presidente da Comissão, a equipe econômica concordou com a necessidade de adaptações ao projeto.

"A obrigação do Congresso é compatibilizar a economia com a política. O ministro Meirelles participou da reunião e está de acordo com essas mudanças", afirmou. "Quero deixar claro que o governo, os parlamentares, nós não estamos tomando posições isoladas."

O analista de finanças públicas da consultoria Tendências, Fabio Klein, acredita que o governo tem alguma margem de gordura, sobretudo com relação à idade mínima --diferença para homens e mulheres-- e na regra de transição.

"Em linhas gerais, a proposta veio com uma certa dose de gordura com o governo sabendo que haveria discussões pela frente", avalia Klein.

Na quarta-feira, o jornal Estado de S. Paulo revelou um levantamento próprio que mostrava menos de 100 deputados a favor da reforma entre os 433 ouvidos pelo jornal. São necessários 308 votos para a aprovação de uma PEC.

No mesmo dia, fontes palacianas confirmaram à Reuters que os números do governo mostravam também a dificuldade de aprovar a reforma sem mudanças consistentes, mesmo com uma suposta base de 414 parlamentares.

Daí a decisão do governo de aceitar alterações mais amplas e retardar a apresentação do relatório de Oliveira Maia, inicialmente programado para esta semana.

(Reportagem adicional de Luiz Guilherme Gerbelli, em São Paulo)

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