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Brasil

Telegramas sigilosos do Itamaraty provam que o governo Bolsonaro negou a compra de 43 milhões de vacinas da Covax

Telegramas do Ministério das Relações Exteriores apontaram que o governo Jair Bolsonaro recusou propostas para receber vacinas da Covax Facility, o suficiente para imunizar 20% dos brasileiros. A gestão reconheceu os benefícios dos imunizantes, mas preferiu adquirir doses para vacinar apenas 10% da população. Comprou somente 43 milhões das 86 milhões ofertadas

Itamarary (Foto: Leonardo Sá/Agência Senado | Reuters)
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247 - O governo Jair Bolsonaro recebeu uma proposta da aliança mundial de vacinas, a Gavi, para aderir ao plano de imunização global com acesso a 86 milhões de doses. A entidade, responsável por administrar a Covax Facility, fez a sugestão no primeiro semestre de 2020. A ideia era garantir a imunização de 20% dos brasileiros, mas o País não aderiu à proposta e comprou somente 43 milhões, o suficiente para imunizar apenas 10% da população. A informação foi publicada pela coluna de Jamil Chade, no portal Uol. 

Telegramas sigilosos apontaram o reconhecimento por parte do governo de que o Brasil seria beneficiado. Em um dos documentos, o Ministério das Relações Exteriores reconheceu que a negociação daria "acesso a futuras vacinas contra a covid-19 a preços inferiores aos do mercado". "O mesmo mecanismo serviria para compartilhar riscos entre maior número de países e, ao mesmo tempo, enviar sinais aos desenvolvedores/produtores de que haverá mercado para venda das futuras vacinas", disse.

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A diplomacia, no entanto, optou por não avançar nas negociações. "Em análise preliminar, o Ministério da Saúde indicou que as vacinas contempladas encontram-se em diferentes estágios de desenvolvimento, razão pela qual haveria ainda bastante incerteza quanto a seus resultados finais", afirmou o telegrama.

No documento, o Itamaraty reconheceu benefícios dos imunizantes, como a mitigação de riscos, em cenário de alta incerteza sobre vacinas contra a Covid-19; melhores condições para garantir determinado nível de acesso a vacinas, em um cenário que tende a favorecer países mais ricos, e potencial para negociar melhores termos com múltiplas empresas.

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O ministério também apontou outros benefícios. Um deles era o potencial para negociar melhores termos com múltiplas empresas. Outro era a promoção de um cenário mais colaborativo para o desenvolvimento e a distribuição de vacinas.

De acordo com outro telegrama, a Gavi fez uma sugestão ao governo brasileiro. "A parcela sugerida pela GAVI ao Brasil foi de US$ 195 milhões, ou cerca de 10% do total estimado em US$ 2 bilhões, para futura aquisição de 86 milhões de doses (para 43 milhões de pessoas)", afirmou o documento.

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Mas o Itamaraty disse que "cada país poderá, no entanto, decidir realizar investimento em valor diverso do montante sugerido (o que implicaria, ao final, direito a um menor número de doses)".

"Na missiva, poderiam ser solicitados maiores esclarecimentos a respeito da governança do mecanismo, da possibilidade de transferência de tecnologia, dos valores esperados e do calendário de desembolsos, da garantia dos recursos empregados pelo Brasil, entre outros aspectos", sugeriu. "Com isso, ganhar-se-ia tempo, até o fim de agosto, para tomar decisão mais informada a respeito da conveniência, para o Brasil, de empregar recursos no COVAX Facility", concluiu.

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O governo citou “fim de agosto”, enquanto a proposta havia sido feita no primeiro semestre.

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