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The Intercept: exoneração de Alvim não resolve nazismo de secretaria da Cultura

A exoneração do secretário nazista Roberto Alvim pode ter aliviado momentaneamente a pressão pública sobre o governo, mas está longe de corresponder a uma correção de curso na secretaria da Cultura. Reportagem do The Intercept mostra um assessor do secretário-adjunto especial de Cultura José Paulo Martins expondo detalhadamente os mesmos ideais proclamados por Alvim e que levaram à queda do dramaturgo

Roberto Alvim (Foto: Reprodução Twitter/RFI)
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247 - A exoneração do secretário nazista Roberto Alvim pode ter aliviado momentaneamente a pressão pública sobre o governo, mas está longe de corresponder a uma correção de curso na secretaria da Cultura. O Intercept teve acesso a um e-mail confidencial enviado na última terça-feira a diretores de entidades como a Agência Nacional do Cinema, a Ancine, e a Fundação Nacional das Artes, a Funarte. No texto, um assessor do secretário-adjunto especial de Cultura José Paulo Martins, em nome de Martins, expõe detalhadamente os mesmos ideais proclamados por Alvim e que levaram à queda do dramaturgo. O e-mail foi disparado dois dias antes do vídeo que cita frases de Goebbels.


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Roberto Alvim foi demitido da Secretaria Especial da Cultura após copiar um discurso do chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbels. Mas isso não quer dizer que os colegas do dramaturgo, que continuam trabalhando e orientando a política cultural do país, pensem diferente dele.


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Nesta sexta, Martins foi o escolhido para ocupar interinamente o cargo máximo da secretaria após a queda de Alvim. Ele era o número dois da área desde o início do governo Bolsonaro. Também já ocupara o cargo de secretário entre agosto e novembro do ano passado, após a demissão de Henrique Pires, que saiu depois de dizer que não iria “bater palmas pra censura”.

No e-mail, o então assessor e agora secretário interino pede aos interlocutores que organizem “objetivos e ações para 2020″ levando em consideração alguns pontos prioritários: o nacionalismo, a exaltação à família, a “profunda ligação com Deus” e a “luta contra o que degenera”. Este último tópico é uma associação direta ao nazismo, que tinha o conceito de “arte degenerada” – aquela considerada imoral e perigosa por não seguir os parâmetros do regime.

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Diz o texto:

Há o interesse precípuo em promover o renascimento no cenário cultural e artístico, fortalecidos por princípios e valores da nossa civilização, onde a Pátria, a Família, a determinação e, em especial, a nossa profunda ligação com Deus, norteie o que nos propomos a realizar. Que o nosso trabalho tenha as virtudes da fé, da lealdade, da coragem e da luta contra o que degenera; e que estas virtudes sejam alcançados ao território sagrado das obras de arte. Uma Cultura com obras que configurem toda a importância para a harmonia dos brasileiros com a sua terra e sua natureza, elevando a nação acima de interesses particulares.

Em seguida, Martins fala do “desafio de reformular o ambiente da cultura em nossa sociedade, há anos influenciada por uma conduções [sic] impróprias aos propósitos aqui mencionados” e cita a “nova visão que vamos implementar para a cultura brasileira”.

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