Analistas dizem que ataques contra a China podem prejudicar o envio de máscaras e testes ao Brasil
"Como os chineses não têm produtos para enviar para todo mundo, obviamente escolherão parceiros prioritários, com quem não tenham desavenças", avalia Stephan Mothe, analista de mercado



247 - Analistas entrevistados pela BBC Brasil avaliam que as repetidas críticas de autoridades brasileiras à China por conta da pandemia do novo coronavírus podem fazer com que o país asiático restrinja o envio ao Brasil de produtos chineses usados no combate à Covid-19.
Um dos especialista ouvidos pela reportagem, Stephan Mothe, analista de mercado da consultoria Euromonitor com mestrado em Desenvolvimento Internacional pela Universidade Tsinghua, na China, diz que "a dimensão e importância do Brasil o tornariam uma vitrine natural para a ajuda internacional chinesa" contra a pandemia.
Ele ressalta, no entanto, que os embates recentes farão com que o Brasil seja preterido por autoridades chinesas. "Como os chineses não têm produtos para enviar para todo mundo, obviamente escolherão parceiros prioritários, com quem não tenham desavenças".
A China é a maior fabricantes global desses produtos e tem doado ou exportado os materiais para vários países. Para os analistas, uma eventual retaliação dos chineses se limitaria a oferta no Brasil de itens já escassos para o enfrentamento da pandemia, como máscaras cirúrgicas, respiradores hospitalares e kits de teste rápido.
Neste domingo (5), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, publicou no Twitter uma mensagem insinuando que a pandemia servia aos desejos da China de "dominar o mundo". em seguida dfez ataques xenófobos.
O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, afirmou que a fala do ministro era "racista" e disse aguardar "uma declaração oficial do lado brasileiro sobre as palavras feitas pelo ministro da Educação".
Antes, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair Bolsonaro, também fez ataques contra o país asiático.
Confira a reportagem completa no BBC Brasil.
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