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Coronavirus

‘Choque econômico do coronavírus pode produzir reações fascistas’, alerta o sociólogo Alain Touraine

Segundo o sociólogo francês, a incapacidade dos chefes de estados produz um vazio, que em situação semelhantes, como na crise de 1929, permitiu a ascensão do líder nazista Adolf Hitler

Sociólogo francês, Alain Touraine (Foto: José Cruz/ABr)
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247 - Cientista social e sociólogo, Alain Touraine concedeu uma entrevista ao jornal El País, por telefone a partir de sua quarentena em Paris. O pensador francês discutiu sobre o coronavírus e falta de “atores” para o combate à pandemia, isto é, a incapacidade dos chefes de estados.

Por exemplo, para ele, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é “estranho”, “pouco presidencial, um personagem fora das normas e fora de seu papel”. Segundo o sociólogo, isso ocorre porque “os Estados Unidos abandonaram o papel de líder mundial” e esta situação se repete nos países mais poderosos da Europa e na classe operária.

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“Em outras palavras, hoje não há atores sociais nem políticos, nem mundiais nem nacionais nem de classe. Então o que acontece é o oposto de uma guerra, com uma máquina biológica de um lado e, do outro, pessoas e grupos sem ideias, sem direção, sem programa, sem estratégia, sem linguagem. É o silêncio”, afirmou.

Isso se parece, ressalta, com a situação durante a crise de 1929: “tudo desaparecia e não havia ninguém, nem à esquerda nem nos Governos. Mas é verdade que o vazio foi rapidamente preenchido pelo senhor Hitler”. “O que mais me impressiona agora, como sociólogo e historiador do presente, é que fazia muito tempo que eu não sentia esse vazio. Há uma ausência de atores, de sentido, de ideias, até mesmo de interesse”, reforçou.

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Perguntado se haverá um retorno do nacionalismo e do populismo, Touraine diz que esta situação já estava colocada. Mas reforçando que acredita que nesta década “haverá outras catástrofes", disse que “com essas crises há possibilidades de que um choque econômico produza reações que chamo de tipo fascista”.

O francês também afirmou que no presente não é o vírus que governa, mas impotência em combatê-lo.

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