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Cultura

“A escola é o primeiro contato que a gente tem com o racismo”, conta Mc Soffia

Rapper de 16 anos esteve na TV 247 no lançamento do single “Meto marcha”. “Eu sempre tive família militante, mas a sociedade é mais forte porque a gente quer entrar no padrão de beleza. Então eu vou chegar lá com cabelo crespo e as outras pessoas, que vivem em uma sociedade machista, racista, infelizmente vão me zoar”, disse a cantora . Assista

Mc Soffia (Foto: Instagram/Reprodução)
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247 - A cantora de rap Mc Soffia, que lançou na última sexta-feira (28) seu single “Meto Marcha”, contou à TV 247 um pouco do que a inspirou a compor a letra e falou acerca de racismo e representatividade: “a partir do momento em que a gente se vir representada, a sociedade vai ter que segurar”.

Sobre a música, Mc Soffia explicou que o nome, “Meto Marcha”, tem origem em uma gíria utilizada pelos jovens que significa basicamente “tocar a vida”. “Quando eu falo ‘ele mete mala e eu meto marcha’ é que a gente vai seguir a nossa vida, acelera e segue a vida, vai ver outras coisas, cuidar da gente, ter outras relações com nós mesmas. Essa frase é muito importante. Eu escrevi essa música porque minha amiga estava nesse relacionamento, o menino se achava muito e ele começou a querer deixar ela de lado. Ela me falou: ‘ele está metendo mala e eu vou meter marcha’. E eu também já passei por isso, então eu fui juntando várias coisinhas, vários trechinhos e fui colocando nessa música para falar que nós, mulheres, não precisamos ficar em uma relação em que nós não estamos nos sentindo bem”.

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Mc Soffia, negra, com 16 anos, também falou sobre racismo, contando que a escola é o primeiro ponto de contato das meninas de sua cor com o racismo, já que lá elas se sentem na obrigação de entrar em um padrão estético, de meninas brancas, para serem aceitas. “A escola é o primeiro contato que a gente tem com o racismo, é o primeiro. A menina negra nasce em uma sociedade racista, vai para a escola e vai sofrer racismo, infelizmente, por mais que a gente lute há anos, por mais que nossos antepassados, nossos ancestrais tenham lutado para que hoje fosse melhor, a gente vai sofrer racismo. Eu sempre tive família militante, mas a sociedade é mais forte porque a gente quer entrar no padrão de beleza. Eu vou para a escola, e na escola não vai estar minha família lá, eu vou estar convivendo com pessoas de diversos gêneros, diversas raças, diversas culturas. Então eu vou chegar lá com cabelo crespo e as outras pessoas, que vivem em uma sociedade machista, racista, infelizmente vão nos zoar, porque a criança não nasce racista, ela vai reproduzindo isso, e vai reproduzindo com quem? Com nós, mulheres negras”.

A cantora enfatizou a necessidade de ter em destaque na sociedade pessoas negras, para que semelhantes possam ver que é possível também chegar a tais postos, e não somente brancos ou brancas. “É uma coisa que a gente vai desconstruindo. Então eu vou, faço a música falando sobre empoderamento, faço a música para a menina se aceitar, para que a gente consiga alcançar vários lugares, televisões, mídias, novelas, filmes, para que a gente possa se ver representada. A partir do momento em que a gente se vir representada, a sociedade vai ter que segurar”.

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Inscreva-se na TV 247 e assista à entrevista de Mc Soffia na íntegra: 

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