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Cultura

Comédia francesa dá voz aos excluídos

Jacqueline, a personagem mencionada no título da comédia francesa “A Incrível Jornada de Jacqueline”, é uma vaca, e a figura central no longa; também é uma espécie de catalisador que coloca em movimento a trama e seu dono, Fatah (Fatsah Bouyahmed), morador de uma pequena aldeia na Argélia, que sempre sonhou em participar de uma feira de agricultura na França, mas sua inscrição nunca foi aceita; também chama atenção a tecnologia (embora precária) numa aldeia perdida no meio do nada; outro tema presente no filme é a globalização, posterior aos ataques ao semanário Charlie Hedbo – tanto que numa das cenas o protagonista diz: “Somos todos Charlie”; ou seja, um interesse do diretor em elevar a moral dos imigrantes árabes

Jacqueline, a personagem mencionada no título da comédia francesa “A Incrível Jornada de Jacqueline”, é uma vaca, e a figura central no longa; também é uma espécie de catalisador que coloca em movimento a trama e seu dono, Fatah (Fatsah Bouyahmed), morador de uma pequena aldeia na Argélia, que sempre sonhou em participar de uma feira de agricultura na França, mas sua inscrição nunca foi aceita; também chama atenção a tecnologia (embora precária) numa aldeia perdida no meio do nada; outro tema presente no filme é a globalização, posterior aos ataques ao semanário Charlie Hedbo – tanto que numa das cenas o protagonista diz: “Somos todos Charlie”; ou seja, um interesse do diretor em elevar a moral dos imigrantes árabes (Foto: Leonardo Lucena)
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SÃO PAULO (Reuters) - Jacqueline, a personagem mencionada no título da comédia francesa “A Incrível Jornada de Jacqueline”, é uma vaca, e a figura central no longa. Também é uma espécie de catalisador que coloca em movimento a trama e seu dono, Fatah (Fatsah Bouyahmed), morador de uma pequena aldeia na Argélia, que sempre sonhou em participar de uma feira de agricultura na França, mas sua inscrição nunca foi aceita.

Até que, enfim, de tanto insistir ano após ano, ele é aceito, e sem outro meio de transporte, vai andando de sua casa no vilarejo de Bolayoune até a capital francesa. O diretor Mohamed Hamidi – que assina o roteiro com Alain-Michel Blanc e o próprio Fatsah – não pensa duas vezes antes de usar qualquer clichê imaginável, mas, ainda assim, é capaz de fazer um filme delicado e divertido sobre essa trajetória improvável.

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O filme é uma fábula protagonizada por um herói que seria picaresco não faltasse a ele exatamente a picardia – é ingênuo e, assim, se envolve nas situações mais estapafúrdias possíveis. Desde sua passagem pela imigração, em Marselha, – depois de atravessar o mar em uma balsa – até protestos políticos, dos quais participa sem fazer ideia exatamente do que são.

Muito do filme se vale do carisma e a ingenuidade do personagem. Graças ao bom trabalho do ator, Fatah não é um tolo irritante. Num dos melhores momentos do longa, o protagonista acaba embriagado num karaokê, e sendo beijado pela assistente de um mágico. Fotos são tiradas e mandadas para um e-mail do radialista de sua aldeia, causando um alvoroço e constrangendo sua mulher (Hajar Masdouki) e filhas.

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Seu caminho também cruza com o do seu cunhado, Hassan (Jamel Debbouze) casado com uma francesa e que, com vergonha de suas origens, há anos não voltava para a Argélia, além de ocultar de sua família este casamento; e com Philippe (Lambert Wilson), nobre à beira da ruína financeira que abrigará o protagonista e sua vaca em sua casa de campo.

O mundo que Hamidi retrata é cheio de paradoxos. A tecnologia (embora precária) numa aldeia perdida no meio do nada; a vaca, que é a grande paixão de Fatah, é cuidada de forma quase artesanal, enquanto os outros animais apresentados no Salão da Agricultura são de grandes fazendeiros que empregam a mais alta tecnologia.

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Esse mundo também é o da globalização, posterior aos ataques ao semanário Charlie Hedbo – tanto que numa das cenas o protagonista diz: “Somos todos Charlie”. Nesse sentido, revela-se um interesse do diretor em elevar a moral dos imigrantes árabes, contando uma história de vitória e superação, além de apresentar uma visão positiva dos estrangeiros tão vilanizados no cinema contemporâneo.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)

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* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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