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Cultura

Gilberto Gil, na ABL, diz que fortalecer imagem intelectual do país é combater o obscurantismo

Poucas vezes na nossa história republicana o escritor, o artista, o produtor de cultura foram tão hostilizados e depreciados como agora", disse o músico

Gilberto Gil (Foto: Reprodução)
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Regina Zappa, 247 - Em noite histórica, regada a acarajé e biju e com casa lotada, Gilberto Gil, tomou posse na Academia Brasileira de Letras, afirmando que a Casa tem “a responsabilidade grande de fortalecer uma imagem intelectual do país que se imponha à maré do obscurantismo, da ignorância e da demagogia de feição antidemocrática”. Em seu discurso de quase 40 minutos, na sexta-feira, 8 de abril, Gil foi enfático: “Poucas vezes na nossa história republicana o escritor, o artista, o produtor de cultura foram tão hostilizados e depreciados como agora.”

Como o primeiro representante da música popular a ser eleito para a instituição, Gil lembrou a capa de seu LP tropicalista de 1968, em que aparece vestindo um fardão. Crítico, à época, da Academia, o compositor se reconcilia com a casa que, segundo ele, “representa, mesmo para quem a critica, a instância maior, que legitima e consagra de forma perene a atividade de um escritor ou criador de cultura em nosso país.”

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Homenageou seus pais, a professora Claudina e o médico José Gil, a quem disse dever o seu amor às letras e à música. Na presença da mulher Flora, dos filhos e dos netos, saudou os amigos e acadêmicos presentes e os que já se foram.

Gil, que agora ocupa a Cadeira 20 da ABL, falou do patrono Joaquim Manuel de Macedo, do seu antecessor mais próximo Murilo de Melo Filho e fez várias menções aos ocupantes anteriores da mesma cadeira, incluindo o General Aurélio de Lyra Tavares. Sobre este, ressaltou como, às vezes, gira com ironia a roda da História: 

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“A mim, na condição de vítima da repressão militar que tomou conta do Brasil a partir de 1964 a ponto de ter sido preso e obrigado a deixar o país em 1969 [...] me causou a princípio um certo desconforto em ter que tratar aqui de um dos três integrantes da Junta governista provisória que comandou o Brasil, de 31 de agosto a 30 de outubro de 1969”. Citou Caetano Veloso, que também foi preso e teve de se exilar. Mas amenizou, dizendo que soube por companheiros que o general teve comportamento “sempre afável e solidário” na Academia. 

Ao final, depois de mencionar pandemias e guerras, destruição da Amazônia, fome e analfabetismo, Gil perguntou até quando o Brasil será o país do futuro de Stefan Sweig. Mas sinalizou, com otimismo:  “Apesar dos dias sombrios que vivemos, aposto na esperança”. E cantou: “Se a noite inventa a escuridão / a luz inventa o luar.”

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