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Cultura

Livro CEP 20.000 resgata reduto da poesia alternativa no Rio

De autoria de Vitor Paiva, o livro será lançado no dia 1 de abril na capital fluminense

Livro do poeta Vitor Paiva e o Espaço Cultural Sérgio Porto (Foto: Divulgação)
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247 - Construindo um retrato inédito, profundo e detalhado de uma das mais interessantes e longevas cenas culturais do Brasil, o livro CEP 20.000 – UMA UTOPIA FALADA, de Vitor Paiva, percorre as três décadas de atividades do Centro de Experimentação Poética, ou CEP 20.000. O evento de poesia falada e experimentação artística ocupa mensalmente, desde sua criação, em agosto de 1990, o Espaço Cultural Sérgio Porto, teatro localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro, tornando o ponto em um local especialmente pulsante, ao convidar artistas consagrados e estreantes a apresentarem suas criações nas mais variadas formas de expressão artística, diante de uma plateia formada por jovens de todas as idades.

Criado pelos poetas Guilherme Zarvos e Chacal, o CEP confirmou-se, ao longo dos anos e gerações, como o mais interessante e amplo palco da cidade, com enfoque especial na poesia lida e falada, mas igualmente aberto à música, à performance, ao teatro, à dança, às tentativas, aos acertos e erros – em uma trajetória que reúne literalmente milhares de artistas. A história do CEP 20.000 – suas raízes, sua criação e sua manutenção – é retratada no livro feito uma grande aventura cultural, posicionando o evento como parte de uma linha histórica da contracultura, que remonta ao Cabaret Voltaire do início do século XX, à geração beat nos EUA dos anos 1950, aos hippies dos anos 1960, à poesia marginal dos 1970, ao punk da virada pros 1980, e mais. 

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O livro também detalha a surpreendente trajetória pessoal do poeta e agitador cultural Guilherme Zarvos, desde seu aristocrático berço familiar, passando por suas experiências pela política como braço direito de Darcy Ribeiro, suas viagens desbravadoras à Índia e à Alemanha, seus diversos encontros e mergulhos em cenas culturais históricas desde os anos 1960 até os anos 1990, como partes essenciais do que o CEP viria a ser. 

E o mesmo se dá sobre a igualmente incrível história de vida de Chacal, cuja trajetória como um dos mais importantes poetas brasileiros já é reconhecida como página fundadora da chamada Geração Marginal, e que aqui tem destacados elementos que se tornariam fundamentais para a concepção do evento, como o grupo de poesia Nuvem Cigana e suas artimanhas, a cena carioca de performance nos anos 1980, sua relação com a fundação do Circo Voador, e tantos outros momentos seminais que contaram com a presença e a arte do poeta. Chacal e Zarvos se juntam, no início dos anos 1990, como forças antagônicas e complementares em combinação e colisão, para fundar e sustentar o CEP – que resiste e sucede, rico em novos artistas e novas histórias, até hoje, 33 anos após sua fundação. 

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Mas a narrativa desenhada pelo livro não se restringe aos caminhos dos fundadores. Essencialmente, cada pessoa que passou pelo evento, seja como público, como artista, seja trabalhando na produção, curadoria e apresentação do evento – tal qual o poeta e apresentador Michel Melamed, outro elemento fundamental dessa história – é apresentada como uma peça importante do infinito quebra-cabeça feito de gente que é o CEP, e que o livro procura montar. 

A lista de personagens dentro dessa história é interminável e, portanto, é quase impossível alcançar uma real dimensão do elenco que compôs o evento ao longo dos últimos 32 anos. Além de Zarvos, Chacal e Michel, nomes como Viviane Mosé, Bianca Ramoneda, Márcia X, Cazé Pecini, Guilherme Levi, Joe Romano, Luiza Marcier, Alex Hamburguer, Tavinho Paes, Alessandra Colasanti, André Dahmer, Cabelo, Ericson Pires, Rogério Skylab, Arthur Omar, Sérgio Loroza, Michel Groisman, Elisa Lucinda, Fausto Fawcett, Tantão, Bernardo Vilhena, Emmanuel Marinho, Ricardo Basbaum, Raul Mourão, Arícia Mess, Cristina Flores, Thalma de Freitas, Mart’nália, Bruno Levinson, Felipe Rocha, Éber Inácio, Rubinho Jacobina, Ernesto Neto, Luiz Felipe Leprevost, Alice Sant’Anna, Maria Isabel Iório, Natasha Félix, Mãeana, Ana Frango Elétrico, Santiago Perlingeiro e tantos – tantos! – outros são partes que fazem, desde sempre e ainda hoje, o CEP ser o que é. O mesmo vale para as bandas, como Boato, Forróçacana, Pedro Luis e a Parede, Mulheres Q Dizem Sim, Baia e Rockboys, Vulgue Tostoi, Acorda Bamba, Zumbi do Mato, Planet Hemp, Brasov, Bangalafumenga, e a lista ainda nem começou. 

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O livro nasce após 6 anos de intensa pesquisa, da conclusão de um mestrado e um doutorado do autor, Vitor Paiva, que também é uma dessas peças que se formou dentro do evento e, com sua trajetória, contribuiu um pouco para a incessante formação do próprio CEP 20.000: além de jornalista, escritor e pesquisador – doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio –, Vitor também é poeta e músico, e mergulhou na cena do CEP a partir do ano 2000. 

O livro, ao fim, reune uma multidão em suas páginas para contar uma história do CEP 20.000, um evento que segue acontecendo e se transformando, e convidando mais e mais artistas e públicos para alterar sua trajetória em permanente progresso, como um acontecimento feito essencialmente de pessoas, ao redor da arte, da festa, da poesia – e dos encontros. 

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