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Cultura

‘Maior do que a falta de caráter de nossa imprensa é a cara-de-pau de sua criação’

Ao comentar a entrevista de Michel Temer no Roda Viva, o escritor e crítico de cinema Pablo Villaça disse que "os 'jornalistas' (haja aspas pro Brasil de hoje) preferiram fazer perguntas adolescentes que seriam bem mais apropriadas em uma matéria de Caras"; a pergunta sobre Marcela Temer, diz ele, teve como propósito único "o de tentar 'humanizá-lo'. E quem faz isso não é jornalista, é um Relações-Públicas"

Ao comentar a entrevista de Michel Temer no Roda Viva, o escritor e crítico de cinema Pablo Villaça disse que "os 'jornalistas' (haja aspas pro Brasil de hoje) preferiram fazer perguntas adolescentes que seriam bem mais apropriadas em uma matéria de Caras"; a pergunta sobre Marcela Temer, diz ele, teve como propósito único "o de tentar 'humanizá-lo'. E quem faz isso não é jornalista, é um Relações-Públicas" (Foto: Gisele Federicce)
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Por Pablo Villaça, em seu Facebook

"Como você conheceu a Marcela?" é a pergunta-síntese da desintegração ética do jornalismo brasileiro.

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Primeiro, porque é absolutamente irrelevante. O cara é considerado ilegítimo por imensa parcela da população (e É); sua vida romântica não importa. Como ele é um golpista abominado pela população - até mesmo por quem não gostava de Dilma -, não dá entrevistas e, assim, esta seria uma oportunidade ímpar para que jornalistas de verdade pudessem questioná-lo sobre a gravação do "ministro" Jucá no qual este planeja o golpe; sobre os 23 milhões de caixa 2 depositados na conta do "ministro" Serra; sobre o cheque de um milhão em seu próprio nome, e assim por diante. "Ah, mas eles perguntaram sobre o cheque!". Não, eles TOCARAM NO ASSUNTO, o que é bem diferente. Questionar é fazer perguntas complementares, apontar as provas que desmentem a resposta e, principalmente, voltar ao assunto se o entrevistado tenta desviar o foco da conversa.

Em vez disso, os "jornalistas" (haja aspas pro Brasil de hoje) preferiram fazer perguntas adolescentes que seriam bem mais apropriadas em uma matéria de Caras.

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Em segundo lugar, fizeram uma pergunta cuja resposta todos sabem: ele conheceu a esposa quando tinha 60 anos e ela, filha de um amigo, era menor de idade.

O único propósito da pergunta, portanto, era o de tentar "humanizá-lo". E quem faz isso não é jornalista, é um Relações-Públicas.

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Não é à toa que, após a entrevista, Temer, o Pequeno, gravou um vídeo no qual agradeceu pela propaganda. E, sim, ele disse "propaganda". Porque maior do que a falta de caráter de nossa imprensa é a cara-de-pau de sua criação.

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