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Cultura

Mario Vargas Llosa escreve livro sobre golpe americano na Guatemala

Em tempos de colapso da democracia em seu país de origem, o Peru, e de um surto de golpes e tentativas de golpes na America Latina, o escritor Mario Vargas Llosa volta à literatura com um livro sobre a conspiração perpetrada pelos EUA na Guatemala em 1954

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247 - Em tempos de colapso da democracia em seu país de origem, o Peru,  e de um surto de golpes e tentativas de golpes na America Latina, o escritor Mario Vargas Llosa volta à literatura com um livro sobre a conspiração perpetrada pelos EUA na Guatemala em 1954. 

A reportagem do jornal El País destaca trechos da entrevista que fez com o  peruano, vencedor do Nobel de Literatura em 2010. 

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Sobre a escolha da Guatemala, ele diz: 

"A sua história é uma das mais violentas da América Latina, se não a mais, e ao mesmo tempo é um país muito bonito. Viveu um momento de grande brilho, que foi esse período em que se situa o romance. A reforma que Árbenz tentou lhe deu um grande protagonismo. Eu estava na universidade, recordo que acompanhávamos dia a dia o que ocorria na Guatemala, porque havia ali, acredito que para muitos, um exemplo do que se podia fazer no resto da América Latina, o que se tornou uma grande frustração quando ocorreu a queda de Árbenz e depois o exílio."

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Llosa fala ainda de sua juventude revolucionária: 

"Este romance nasce de uma conversa que mantenho há uns três anos na República Dominicana com um amigo, Tony Raful, que é jornalista, historiador e poeta. Ele me disse: “Mario, tenho uma história para que você escreva”. E eu disse: “Meu Deus! As histórias para que eu escreva eu nunca vou escrever”. E me falou do envolvimento de Trujillo, primeiro na rebelião de Castillo Armas e depois em seu assassinato. Ele mesmo publicou um livro extremamente interessante, com documentos que me abriram uma perspectiva nova sobre essa intervenção do trujillismo na América Latina promovida pela CIA. Trujillo foi o instrumento que a CIA usou para fornecer dinheiro, armas e inclusive soldados a Castillo Armas. Essa proximidade se rompe depois e se tornam inimigos mortais, aparentemente porque Castillo Armas não cumpre nenhuma das condições que Trujillo lhe tinha imposto para ajudá-lo, por causa da desconfiança que lhe causava. Assim como se dava maravilhosamente com Somoza, desconfiava de Trujillo como se a impetuosa personalidade deste fosse reduzir seus poderes caso lhe desse muito espaço na Guatemala. Foram publicadas algumas cartas que o embaixador enviava ao presidente dominicano e nas quais lhe conta que Castillo Armas fala mal da família de Trujillo em suas bebedeiras. Isto enlouquecia Trujillo, o transformava numa besta feroz. Então ele manda seu assassino favorito, que é Johnny Abbes García, como adido militar para a Guatemala, para que conspire. Na noite do assassinato, Abbes García escapa da Guatemala levando com ele a amante de Castillo Armas. Isso é um fato fidedigno, que está publicado. Qual foi realmente a implicação de Trujillo no assassinato? Mandou matá-lo? Participaram Abbes García e a amante de Castillo Armas? Tudo isso agora são especulações, mas é um dos temas que me fascinaram."

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