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Economia

Dólar atinge R$ 2,39 apesar de atuação do BC

Moeda americana disparava ante o real nesta sexta-feira, tocando o patamar de R$ 2,38 no intradia pela primeira vez em mais de quatro anos; Banco Central atuou em dois momentos

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Por Tiago Pariz e Bruno Federowski

SÃO PAULO, 16 Ago (Reuters) - O dólar disparava ante o real nesta sexta-feira, tocando o patamar de 2,38 reais no intradia pela primeira vez em mais de quatro anos, na medida em que investidores aproveitavam a alta generalizada da moeda dos Estados Unidos para pressionar o Banco Central a atuar com mais intensidade nos mercados.

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A divisa norte-americana vem registrando forte escalada ante o real devido ao pessimismo dos investidores com os fundamentos da economia brasileira, aliado à expectativa de que os Estados Unidos comecem em breve a cortar seu programa de estímulo monetário, reduzindo o apetite do mercado por ativos de risco.

Às 15h11 o dólar avançava 2,2 por cento, para 2,3901 reais na venda, após tocar 2,3908 reais na máxima do dia, maior patamar intradiário desde 6 de março de 2009. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 777 milhões de dólares.

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"As empresas não têm interesse em swap com dólar neste nível, então quem está comprando os contratos são os especuladores. Além disso, o mercado à vista está sem liquidez. A pressão vem daí", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme. "O BC precisa mudar de estratégia".

Os swaps vinham atendendo à demanda de empresas que buscavam proteger seus ativos em dólar do esperado fortalecimento da divisa norte-americana. Para Nehme, no entanto, essa operação deixou de ser interessante num momento em que o dólar renova constantemente máximas em anos. "Quem já fez (hedge), fez. Quem não fez, prefere ficar nessa taxa".

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O BC atuou em dois momentos nesta sessão. O primeiro, logo no início do pregão, fazendo leilão de rolagem de contratos de swap cambial tradicional --equivalente a venda futura de dólar-- que vencem em setembro deste ano. Na quinta-feira, O BC anunciou que irá rolar 100.800 contratos de swap cambial, no valor similar a 5,04 bilhões de dólar .

Nessa primeira intervenção, foi vendido o lote total de 20 mil contratos com vencimento em 1º de abril do ano que vem. O volume financeiro foi equivalente a 989 milhões de dólares.

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No segundo leilão, no entanto, o BC vendeu 21,6 mil contratos para 1 de novembro de 2013 e 1 de abril de 2014, pouco mais da metade da oferta total de 40 mil contratos. O volume financeiro foi equivalente a 1,076 bilhão de dólares.

DÚVIDAS SOBRE ESTRATÉGIA

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Analistas do mercado têm destacado que a autoridade monetária não conseguirá reverter a tendência de alta sem atuar no mercado à vista. Na quinta-feira, no entanto, o BC afirmou em comunicado que "continuará com sua política de intervenções pontuais no mercado futuro de câmbio", declaração que foi interpretada por investidores como um sinal de que, por enquanto, o BC não pretende vender dólares no mercado spot.

Segundo Nehme, a autoridade monetária pode escolher, ainda, voltar aos mercados por meio de leilões de linha. "Dessa maneira, ele pode convencer os bancos a fornecer essa liquidez que está faltando", emendou Nehme.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira que o Brasil tem armas para enfrentar a volatilidade cambial e ressaltou que o país ainda não fez uso de suas reservas.

Apesar de as preocupações sobre o rumo da política monetária dos Estados Unidos afetarem todas os mercados emergentes, o real tem se enfraquecido mais do que outras moedas devido à falta de confiança dos investidores no desempenho da economia brasileira.

Para o banco Barclays, o dólar terá elevação gradual chegando a 2,45 reais nos próximos 12 meses. Já o banco Brasil Plural prevê que, no curto prazo, o dólar pode bater o patamar de 2,50 reais.

"Estamos preocupados que a deterioração dos fundamentos brasileiros (conta fiscal pior, aumento do déficit em conta corrente e falta de planejamento de longo prazo do governo) levará a um downgrade (da nota brasileira) de crédito no primeiro trimestre de 2014, o que pressionará mais o real", disseram os analistas do banco.

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