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Economia

Economista alerta: jovens podem cair em “limbo irreversível” no Brasil

O economista Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, alerta: para os jovens brasileiros, é cada vez maior o risco de que o futuro esteja fadado a um quadro irreversível de "limbo": trabalho informal, pobreza e sem repertório para mudar a realidade;"Nós já perdemos o bônus demográfico, temos um padrão de desigualdade gigantesco, o mundo está avançando em velocidade muito alta. A projeção para a juventude em 2030, 2050 pode ser uma posição de limbo", prevê

Ricardo Henriques (Foto: Giuliana Miranda)
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247 - No momento em que deveria aproveitar suas últimas décadas de população predominantemente jovem e preparar-se para os desafios tecnológicos e sociais do século XXI, o Brasil está exterminando sua juventude em uma velocidade assustadora - negros, em especial, são as principais vítimas. Para os jovens brasileiros, é cada vez maior o risco de que o futuro esteja fadado a um quadro irreversível de "limbo": trabalho informal, pobreza e sem repertório para mudar a realidade. O alerta é do economista Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco. "Nós já perdemos o bônus demográfico, temos um padrão de desigualdade gigantesco, o mundo está avançando em velocidade muito alta. A projeção para a juventude em 2030, 2050 pode ser uma posição de limbo", prevê.

Formado em economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), onde também lecionou, Henriques tem vasta experiência na gestão pública: ex-pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), coordenou a criação do programa Bolsa Família, em 2003, como secretário Executivo do Ministério de Assistência e Promoção Social, e desenvolveu o programa UPP Social, em 2010, como secretário no Rio de Janeiro. "O fato mais importante hoje, do ponto de vista econômico, é você estar fechando o horizonte de empregabilidade da juventude", afirma o economista, que critica a ausência de políticas para os jovens, além do fato de que o país não se preparou para protegê-los dos efeitos da recessão.

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Henriques diz que a saída para os problemas do país passa por elevar o status da política social, reconhecendo-a tão importante quanto a política econômica. "Inclusive a elite econômica, a elite do poder, não reconhece o valor da educação. É a visão da política social como acessória".

Português nacionalizado brasileiro, ele diz que o Brasil naturalizou a relação com a desigualdade social - desenhada na história do país desde os tempos da escravidão - e por isso reage muito pouco mesmo diante de claros sintomas de "doença civilizatória", diz Henriques, como o assassinato massivo de negros e gays. Entre 2005 e 2015, o Brasil teve 318 mil jovens assassinados e em cada 100, 71 são negros, segundo dados do Atlas da Violência. "A sociedade brasileira está se recusando a ver que está fazendo um movimento absolutamente enlouquecido", diz. "Parece inevitável que, em um momento de crise, os pobres vão sofrer", afirma. "Deveríamos dar atenção dobrada aos grupos mais vulneráveis. 

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As informações são de reportagem de Ligia Guimarães no Valor .

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