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Economia

Governo anuncia contingenciamento de quase R$ 30 bi do Orçamento

Governo Jair Bolsonaro anunciou um contingenciamento de R$ 29,8 bilhões de reais nas despesas para garantir o cumprimento da meta fiscal deste ano; esperando menos royalties de petróleo e uma arrecadação mais tímida em função da lenta retomada econômica; em meio à lenta tração da economia, o governo passou a ver uma expansão de 2,2% do PIB neste ano, abaixo do patamar de 2,5%  previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA)

Governo anuncia contingenciamento de quase R$ 30 bi do Orçamento (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)
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Marcela Ayres, Reuters - O governo anunciou um contingenciamento de 29,8 bilhões de reais nas despesas para garantir o cumprimento da meta fiscal deste ano, após revisar para baixo as receitas contabilizadas para 2019, esperando menos royalties de petróleo e uma arrecadação mais tímida em função da lenta retomada econômica.

No relatório bimestral de receitas e despesas divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério da Economia, o time econômico reduziu a receita líquida vista para o ano em 26,182 bilhões de reais, a 1,274 trilhão de reais.

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"Estamos fazendo esse contingenciamento em função da nossa prudência, do zelo fiscal, do cuidado com as contas públicas, já tendo à margem vários sinais positivos de recuperação da economia", disse o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, em coletiva de imprensa.

Com a exploração de recursos naturais, linha sensibilizada sobretudo pela arrecadação com royalties do petróleo, o governo diminuiu sua expectativa de receita em 11,615 bilhões de reais "devido principalmente à reestimativa do valor do preço do barril de petróleo e a mudança de parâmetros cambiais".

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Agora, o governo vê o preço médio do barril de petróleo a 65,4 dólares em 2019, sobre 74 dólares antes. Para a taxa de câmbio média, a expectativa passou a ser de 3,7 reais por dólar, sobre 3,6 reais antes.

No documento, o governo também calculou uma queda de 11,160 bilhões de reais nas receitas administradas pela Receita Federal em função de menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

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Em meio à lenta tração da economia, o governo passou a ver uma expansão de 2,2 por cento do PIB neste ano, abaixo do patamar de 2,5 por cento da Lei Orçamentária Anual (LOA), mas ainda melhor que a estimativa de 2,01 por cento dos economistas em pesquisa Focus mais recente.

Apesar de o governo ter retirado da conta de concessões a previsão de 12,2 bilhões de reais com descotização de usinas hidrelétricas da Eletrobras, foram elevadas as previsões em outras frentes, com destaque para 8,35 bilhões de reais que passaram a ser esperados com o bônus de assinatura da 6ª rodada de partilha e da 16ª rodada de concessão de blocos exploratórios de petróleo e gás.

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Ajudando a engordar as concessões, o governo também incluiu uma receita de 2,38 bilhões de reais com a outorga da 5ª rodada de concessões de aeroportos e de 1,4 bilhão de reais por outorga da usina hidrelétrica de Porto Primavera, associada à privatização da CESP.

Com isso, o resultado líquido esperado para as concessões ganhou um acréscimo de 1,292 bilhão de reais no ano.

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"A retirada de recursos com privatização da Eletrobras foi feita por princípio prudencial, não consideraremos nesse momento, mas voltaremos a considerá-la tão logo tenhamos indícios materiais que a privatização acontecerá neste ano", disse Rodrigues.

Na outra ponta, o governo reviu para cima sua estimativa de despesas em 2019 em 3,611 bilhões de reais, a 1,442 trilhão de reais.

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O destaque nesse caso foi para o acréscimo de 6,526 bilhões de reais em gastos com créditos extraordinários no ano, em grande parte pela inscrição de restos a pagar por subvenção ao diesel e reabertura de créditos extraordinários para o Ministério da Defesa. A meta de rombo primário deste ano é de 139 bilhões de reais para o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência), sexto dado consecutivo no vermelho, ressaltando o forte desequilíbrio fiscal do país.

O governo do presidente Jair Bolsonaro foi eleito com a promessa de zerar o déficit das contas públicas já neste ano e o ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou publicamente que trabalhará neste sentido.

Mas diante do sucessivo descasamento entre receitas e despesas no país, agravado pela rigidez de gastos obrigatórios como com Previdência e com a folha de salário do funcionalismo, a tarefa só será possível mediante arrecadação de receitas extraordinárias, como com o leilão do excedente do pré-sal, que pode render à União mais de 100 bilhões de reais.

O processo, contudo, ainda depende de uma série de definições, como a revisão do contrato da cessão onerosa com a Petrobras.

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