Odebrecht demite 100 mil, mas diz que não vai acabar
A Odebrecht demitiu quase 100 mil funcionários desde que Lava Jato foi deflagrada, em 2014; a receita do grupo recuou 13%, para R$ 90 bilhões (e só não foi maior por causa do efeito do dólar no faturamento externo) e a dívida líquida subiu R$ 13 bilhões, para R$ 75 bilhões; o saldo da Lava Jato ainda inclui pagamento de mais de R$ 8 bilhões em multas pelo esquema de suborno criado para conseguir obras públicas no Brasil e no mundo; apesar do cenário, o novo presidente da holdin, Luciano Guidolin, diz que a empresa não vai acabar
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247 - Desde que a Operação Lava Jato foi deflagrada em 2014, o império da Odebrecht não para de encolher. Quase 100 mil funcionários foram cortados, a receita recuou 13%, para R$ 90 bilhões (e só não foi maior por causa do efeito do dólar no faturamento externo) e a dívida líquida subiu R$ 13 bilhões, para R$ 75 bilhões. Nesse período, sete ativos foram vendidos, duas recuperações extrajudiciais foram iniciadas e uma reestruturação financeira foi concluída com os principais bancos do País.
O saldo da Lava Jato ainda inclui pagamento de mais de R$ 8 bilhões em multas pelo esquema de suborno criado para conseguir obras públicas no Brasil e no mundo. A conta deve ficar ainda mais salgada nos próximos meses, quando a companhia concluir os acordos que estão sendo negociados com os ministérios públicos de vários países onde o grupo está presente, como o Peru e Colômbia.
O presidente da holding, Luciano Guidolin, avalia que a queda na carteira de projetos não é um desempenho atribuído apenas à Lava Jato, mas também aos percalços econômicos dos países onde a empresa está presente, como a queda do PIB no Brasil e a baixa do preço do petróleo, que afeta outros países da América Latina. Apesar dos prejuízos e da imagem arranhada, a expectativa da companhia é voltar a crescer em 2019.
Luciano Guidolin, afirma que a companhia se afastou do vício da corrupção, paga caro por seus erros e, por isso, merece continuar operando. Ele reconhece as dúvidas no mercado sobre a capacidades de reação da companhia, mas afirma que “a Odebrecht não vai acabar”.
As informações são de reportagem de Renée Pereira e David Friedlander no Estado de S.Paulo.
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