Projeção do mercado para o PIB continua em queda
Para analistas, crescimento da economia deve ser de 1,73% este ano, ante a previsão anterior de 1,75%, segundo pesquisa do Banco Central; expectativa é que a taxa Selic fique em 7,50% em agosto
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Kelly Oliveira, da Agência Brasil – A projeção de analistas do mercado financeiro para o crescimento da economia este ano continua em queda. Para as instituições financeiras, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deve crescer 1,73%, ante a previsão anterior de 1,75%.
Essa foi a quarta revisão seguida, para baixo, na projeção dos analistas. Para 2013, a estimativa segue em 4% há três semanas. As informações constam do boletim Focus, publicação semanal do BC com base em projeções do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.
A estimativa para a retração da produção industrial este ano piora há 13 semanas. Desta vez, a estimativa de queda passou de 1,2% para 1,55%. No próximo ano, a expectativa é de recuperação, com projeção de crescimento ajustada de 4,4% para 4,5%.
Devido ao desempenho da economia em ritmo mais lento este ano, o governo tem adotado medidas de estímulo. No último dia 15, foi lançado um programa de concessão de rodovias e ferrovias. No dia 16 deste mês, o Ministério da Fazenda anunciou o aumento de R$ 42,2 bilhões no limite de contratação de operação de crédito para 17 estados.
Este ano, o governo também reduziu impostos para estimular a venda de eletrodomésticos, móveis e carros e anunciou medidas para agilizar as compras governamentais. Nesta semana, o governo deve decidir se prorroga o incentivo de redução do Imposto sobre Produto Industrializados (IPI) para carros e eletrodomésticos da linha branca.
Neste ano, também houve redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada em financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de 6% para 5,5%. O BC tem reduzido a taxa básica de juros, a Selic, desde agosto do ano passado. Atualmente, a Selic está em 8% e a expectativa dos analistas do mercado financeiro é que na reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom) seja reduzida para 7,5%.
Taxa Selic
SÃO PAULO, 27 Ago (Reuters) - Na expectativa da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado bateu o martelo em um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, para 7,50 por cento, nesta semana, e manteve a perspectiva de que a taxa básica de juros encerrará este ano a 7,25 por cento, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira.
O Copom volta a se reunir na terça e quarta-feiras, e as apostas do mercado são unânimes em mais um corte de 0,50 ponto percentual, o que seria a nona redução seguida, dando continuidade ao ciclo de afrouxamento monetário iniciado há um ano.
Agora, a discussão se volta para o encontro de outubro e também para 2013, persistindo dúvidas sobre mais uma redução na taxa básica de juros neste ano e possíveis altas no próximo.
Para o fim de 2013, a projeção do mercado para a taxa básica de juros no Focus foi reduzida para 8,25 por cento, ante 8,38 por cento na semana anterior.
Por sua vez, o Top 5 --instituições que mais acertam os dados na pesquisa do BC-- reduziu sua projeção para a Selic no fim deste ano a 7 por cento, ante 7,25 por cento na pesquisa anterior. E elevou a previsão para o encerramento de 2013 a 8,88 por cento, ante 8,63 por cento.
Os analistas vão se voltar para o comunicado do Copom nesta semana, na busca de mais pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária. A aceleração da inflação e os sinais de melhora da economia passaram a alimentar debates sobre o futuro da campanha de afrouxamento promovida pelo BC.
Diante de mais sinais de aceleração dos preços, os analistas consultados no Focus elevaram pela sétima vez seguida a previsão para a inflação neste ano, afastando ainda mais a projeção do centro da meta oficial, que é de 4,50 por cento.
Após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerar o passo em agosto para uma alta de 0,39 por cento, o Focus mostrou que os analistas agora preveem que a inflação fechará 2012 com alta de 5,19 por cento, ante 5,15 por cento na semana anterior. Para 2013, a projeção foi mantida em 5,50 por cento.
O BC tem reiterado que, mesmo com maior pressão nos preços, a inflação caminha para a meta.
CRESCIMENTO
Já a expectativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi reduzida no Focus pela quarta vez. A previsão agora é de uma expansão de 1,73 por cento em 2012, ante 1,75 por cento na semana anterior. Para 2013, a previsão foi mantida em 4,00 por cento.
Isso se deu apesar de dados na semana passada apontando para uma recuperação da atividade no segundo trimestre.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do PIB, subiu 0,75 por cento no mês frente a maio, encerrando o segundo trimestre com alta de 0,38 por cento ante o primeiro.
Já as vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao registrar alta de 1,5 por cento em junho ante maio, enquanto a expectativa do mercado era de recuo de 0,3 por cento.
A pesquisa Focus desta segunda-feira indicou também que o mercado manteve a previsão de que o dólar encerrará este ano em 2 reais.
(Por Camila Moreira)
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