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Economia

Racha no governo: secretário de Guedes pede explicações à pasta de André Mendonça sobre notificação a supermercados

Em ofício enviado ao Ministério da Justiça, Geanluca Lorenzon alerta para o risco de impor a culpa aos agentes econômicos, o que poderia resultar no desabastecimento de produtos como o arroz

(Foto: Reprodução/Twitter)
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BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Economia pediu esclarecimentos à Secretária Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, sobre ação tomada quarta-feira, quando supermercados e cooperativas foram notificados para explicarem o recente aumento dos preços dos produtos da cesta básica.

A medida expõe o receio do time comandado pelo liberal Paulo Guedes com eventual tentativa de controle de preços ou outras ações intervencionistas após a expressiva alta verificada em itens como arroz, feijão, leite e óleo de soja.

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Em ofício, o secretário de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia, Geanluca Lorenzon, pediu os dados e os fundamentos que motivaram a investida da Senacon.

Em outra frente, ele solicitou à secretária Nacional de Defesa do Consumidor, Juliana Domingues, as medidas que estão sendo tomadas pela Senacon “para garantir que a aplicação do Código de Defesa do Consumidor não resultará em controle de preços ou qualquer outra incompatibilidade com os princípios de economia de mercado firmados na Constituição”.

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Antes de efetivamente encaminhar os pedidos, Lorenzon fez uma série de considerações, citando, por exemplo, “a extensa e histórica literatura econômica acerca da importância da flutuação de preços para o equilíbrio dos mercados e o suprimento das cadeias de produção” e a “sólida ciência empírica a favor dos sistemas de mercado com livre formação de preços”.

O secretário também argumentou que o país já viveu consequências nefastas decorrentes do controle de preços e destacou que essa prática “tende a prejudicar os mais frágeis por meio do risco de desabastecimento consequente da intervenção”.

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Segundo Lorenzon, a redução do imposto de importação seria uma medida positiva para remediar problemas de choques transitórios de preços.

Presidido pelo ministro da Economia, o Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu na quarta-feira zerar a alíquota do Imposto de Importação para o arroz em casca e beneficiado até o fim deste ano.

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O movimento do governo brasileiro vem em meio a uma elevação recente de preços de alimentos básicos no país, incluindo o arroz, cuja cotação atingiu patamar recorde. Além da demanda firme, o dólar forte frente ao real, que impulsiona exportações, é citado entre os fatores que estão motivando a alta.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar na semana passada que pediria “patriotismo” aos donos de supermercados para evitar aumentos de preços aos consumidores. Na terça-feira, ele disse que tem pedido aos lojistas que produtos essenciais sejam vendidos com margem de lucro “próxima de zero”.

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Em sua decisão na quarta-feira, a Senacon deu cinco dias para supermercados e cooperativas prestarem esclarecimentos, especialmente em relação ao arroz.

A Senacon disse ainda que, caso fosse constatado indício concreto de abuso de preço, poderia investigar e sancionar administrativamente os incidentes como infrações aos direitos dos consumidores, com multas que poderiam ultrapassar 10 milhões de reais.

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