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Economia

Reuters: Temer não tem votos para reforma da Previdência

Diante do quadro de instabilidade e turbulência política deflagrado a partir da divulgação de delações de executivos do grupo J&F, controlador da JBS, o governo conta no cenário atual com uma margem de apenas 220 a 230 votos para aprovar a reforma da Previdência, disse à agência Reuters uma fonte do Congresso que participa ativamente das negociações; no entanto, são necessários 308 votos para aprovar mudanças constitucionais; "reformas" têm sido alvo de grandes protestos no País

Brasília - Polícia Militar e manifestantes entram em confronto na Esplanada dos Ministérios durante protesto contra o governo do presidente Temer e reformas trabalhista e da Previdência (Marcelo Camargo/Agência Brasil) (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Maria Carolina Marcello e Brad Brooks

BRASÍLIA (Reuters) - Diante do quadro de instabilidade e turbulência política deflagrado a partir da divulgação de delações de executivos do grupo J&F, controlador da JBS, o governo conta no cenário atual com uma margem de apenas 220 a 230 votos para aprovar a reforma da Previdência, disse à Reuters uma fonte do Congresso que participa ativamente das negociações.

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Antes do terremoto político, calculava-se um piso de 290 votos seguros, e um excedente de votos que alcançaria um resultado entre 315 e 317.

Mas com a crise política instalada, o governo viu o placar construído às custas de muita negociação ser desidratado e precisará correr atrás do prejuízo se quiser alcançar os 308 votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que modifica as regras previdenciárias.

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O atual cenário pode forçar o governo a novas flexibilizações da proposta em tramitação. Segundo essa mesma fonte, um dos pontos mais suscetíveis a eventuais mudanças é a regra de transição.

“A possibilidade de negociação nesse momento em que estamos é alta”, disse. “Quanto mais frágil estiver o governo, maior a possibilidade de mudança na proposta.”

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Tanto essa fonte quanto outro importante parlamentar reconhecem que não há ambiente político para a votação da reforma previdenciária por ora.

Disseram também não haver um cronograma claro de votação, apesar de o presidente Michel Temer ter afirmado nesta terça-feira, em Moscou, onde está em visita oficial, esperar que a reforma seja votada em primeiro turno na Câmara antes do recesso do Congresso. [nL1N1JH0R4]

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De acordo com uma fonte palaciana, os ministros do Planalto vão recomeçar esta semana o mapeamento dos votos para ver o estrago causado pelas delações e o quão longe o governo está dos 308 votos necessários para aprovar a PEC.

"Estava tudo em suspenso. Essa semana os ministros recomeçam as conversas", disse a fonte.

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Nesta terça-feira, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, já se reuniu com os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Congresso, André Moura (PSC-SE).

A avaliação das fontes parlamentares, no entanto, é que antes de se debruçar sobre a polêmica proposta, o governo deve concluir a tramitação da reforma trabalhista no Senado --onde, por um “vacilo”, sofreu uma derrota política nesta terça-feira ao ver o parecer oficial ser rejeitado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), ainda que isso não interfira na tramitação da matéria.

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Além disso, o governo precisará vencer ainda um capítulo crucial da crise política: a votação da provável denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve oferecer contra Temer.

Só então, se nenhum fato novo ou denúncia surgir, analisam, é que haverá um clima favorável para a votação da reforma da Previdência na Câmara.

(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu e Alonso Soto)

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