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'Ações de Alckmin contra violência vão fracassar'

Ex-presidente da Colômbia César Gaviria se mostra contra a internação compulsória e a redução da maioridade penal: essas políticas são inócuas e estão na contramão de experiências bem-sucedidas; ele é um dos três ex-presidentes da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, ao lado de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Ernesto Zedillo (México), e defende medidas como o fornecimento controlado de drogas pelo Estado para diminuir o lucro e o tamanho do narcotráfico

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247 – O ex-presidente da Colômbia, César Gaviria, criticou as políticas do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para enfrentar a violência. Para ele, a internação compulsória e a discussão para redução da maioridade penal são inócuas e estão na contramão de experiências bem-sucedidas.

Ele é um dos três ex-presidentes da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia. A iniciativa inclui Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Ernesto Zedillo (México) e defende medidas como o fornecimento controlado de drogas pelo Estado para diminuir o lucro e o tamanho do narcotráfico.

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Leia trechos da entrevista concedida à Folha:

Pesquisa recente do Datafolha revela que o envolvimento de um jovem da família com drogas é o principal temor entre os moradores de São Paulo, com 45% do total. Isso o surpreende?

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César Gaviria - Não me surpreende. Esses números são consequência de uma política que todos os latino-americanos e os EUA já observam por várias décadas, e o que temos para mostrar são apenas fracassos.
O Brasil tem de olhar as experiências europeias de menor dano e começar a tratar como problema de saúde, e não como um tema criminoso. E tentar desmontar o imenso tamanho desse negócio, que o transforma em um problema de segurança tão grave.

Ainda que seja fácil pensar numa solução autoritária, isso não resolve. Basta ver o que está acontecendo nos EUA, onde as pessoas estão votando em massa pela legalização da maconha.

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A internação compulsória é uma solução?

É uma política que se presta a todo tipo de abuso de direitos humanos. A China está abandonando por causa de enorme quantidade de abusos. Por que não olhar Portugal, onde não passou pela cabeça o tratamento compulsório? É preciso apoiar as pessoas a partir do sistema de saúde, para que não tenham medo de ir a hospitais.

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O tratamento compulsório é uma má ideia e quem olhar a experiência internacional concluirá que os resultados são ruins.

O Brasil voltou a discutir a redução da maioridade penal. Qual é a sua posição?

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Essas decisões não servem para nada. A única coisa que funciona são políticas integrais. Temos experiência na Colômbia. Medellín chegou a ter 300 mortes por 100 mil habitantes. Isso é mais do que qualquer guerra civil, é dez vezes a taxa do Brasil. Saímos por meio de trabalho social, tratamento integral. As empresas da cidade criaram fundações para levar educação e saúde aos meninos.

É possível transformar um assassino de 14 anos num bom cidadão se a sociedade se mobiliza para fazê-lo. Esses problemas não mudam com leis, mudam quando a sociedade decide resolver.

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É o que as pessoas do Rio e de São Paulo têm de fazer. Se todas as empresas se dedicarem, verão como esses meninos sairão da violência.

Dói em mim ver o que está ocorrendo no Brasil, pensando em soluções tão contraindicadas e alheias ao que está acontecendo no mundo.

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