Aécio ouve empresários para novo programa
Ideia, estimulada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é identificar-se seriamente como candidato à presidência em encontros com os responsáveis por parte do PIB nacional. Eles ainda estão céticos quanto à possibilidade de o senador mineiro ser mesmo o postulante do PSDB em 2014
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Minas 247 - Os maiores empresários brasileiros ainda estão céticos quanto ao fato de o senador mineiro Aécio Neves ser mesmo o candidato do PSDB à presidência da República em 2014. Para driblar isso e, além, ganhar a confiança de um setor de peso em toda campanha nacional, o ex-governador de Minas está intensificando os encontros com os responsáveis por boa parte do PIB brasileiros -- e isso inclui não apenas os empresários, mas também os bancos de investimento.
Também nesse caso, o movimento é estimulado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é quem mais insiste que Aécio abrace logo, e explicitamente, a condição de candidato tucano em 2014.
Leia trecho da coluna de Raymundo Costa, no jornal Valor Econômico:
O PSDB deve antecipar o congresso previsto para este ano, a fim de atualizar o programa do partido. O encontro deve ocorrer no máximo até o fim de maio, quando os tucanos planejam eleger o senador Aécio Neves para presidente da sigla.
No segundo semestre, Aécio deve viajar pelo país, já com um discurso configurado pelo novo programa. Encontros cada vez mais frequentes com economistas, acadêmicos e empresários levaram a cúpula do PSDB a acreditar que a presidente Dilma Rousseff terá problemas para se reeleger em 2014.
Além dos encontros com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-senador Tasso Jereissati e os economistas Pedro Malan, Armínio Fraga e Edmar Bacha, o senador mineiro também já fez uma rodada de conversas com boa parte do PIB nacional - desde os bancos de investimentos às grandes empreiteiras nacionais.
O Valor apurou que os empresários, todos de peso mas que pediram para não ser identificados, têm demonstrado grande apreensão com o que chamam de "intervencionismo" do governo Dilma Rousseff. Apesar de o discurso de Aécio ser mais favorável a parcerias com o setor privado, boa parte dos empresários duvida que o tucano seja efetivamente candidato em 2014.
Fernando Henrique Cardoso é um dos mais ativos defensores da candidatura de Aécio pelo PSDB. Por ele, o senador mineiro lançaria já sua candidatura. FHC também tem servido de cicerone para os encontros de Aécio Neves com os economistas, acadêmicos das mais diversas áreas e os pesos-pesados da economia. Fernando Henrique considera que Aécio deve se posicionar logo como o "líder" de uma candidatura de oposição ao PT.
Politicamente, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, resume a avaliação do partido para 2013: "O ano começa com expectativas novas, e elas não são boas: a crise mundial permanece, o governo é cada vez mais refém do PMDB, está operacionalmente complicado e agora corre o risco de ter de administrar um "apagão" elétrico".
Segundo o presidente do PSDB, está evidente que o governo Dilma é "operacionalmente" incapaz. Ele diz que as obras da Transnordestina "estão sendo paralisadas", a refinaria de Pernambuco "é um escândalo" e que não vê possibilidade - devido à incapacidade operacional e gerencial do governo - de a presidente cumprir os novos prazos para a transposição do rio São Francisco".
"Como a presidente vai reduzir a tarifa da energia, se ao mesmo tempo convoca uma reunião para discutir "apagão" e racionamento de energia? É uma incoerência. Falta transparência ao governo nessa discussão". Guerra também chama a atenção para a situação financeira dos municípios, segundo o tucano, precária pois foi deles que a equipe econômica tirou o dinheiro para fazer as desonerações da linha branca e da indústria automobilística - o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) compõe o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
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