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Assessoria de Aécio divulga áudio de Andrea Neves com Joesley

Na tentativa de explicar os R$ 2 milhões recebidos da JBS, a defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) apresentou um áudio com uma conversa entre a irmã do senador, Andrea Neves e o empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS para tratar da venda de um apartamento, segundo o advogado de Aécio; no entanto, essa versão é refutada pelos investigadores da Lava Jato, pois outros áudios mostram o senador pedindo repasses diretos para o empresário

andrea neves  aecio neves (Foto: Charles Nisz)
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Minas 247 - A assessoria do senador afastado Aécio Neves PSDB-MG) entregou à imprensa um áudio de uma conversa da irmã dele, Andrea Neves, com o empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS. Na gravação, há uma ligação de Andrea para o empresário. Segundo o advogado de Aécio Neves, Alberto Toron, a gravação comprova que a irmã do senador procurou o empresário só para tratar da venda de um apartamento da família, no Rio de Janeiro.

Joesley: Quem está falando?
Andrea: É Andrea Neves.
Joesley: Oi Andrea, é Joesley. Tudo bem?
Andrea: Ah, Joesley, desculpa! Bom dia, eu recebi o recado, desculpa.
Joesley: É que eu tô dirigindo aqui, eu tô no viva voz, mas vamos falando.
Andrea: É que eu recebi o recado, completamente então errado aqui, desculpa. Bom dia.
Joesley: Mas você deve está falando... Aran não é o menino que trabalha comigo?
Andrea: É, bom, então... não sei. O recado foi o seguinte: você vai até o Rio hoje?
Joesley: Então, eu também recebi um recado, mas é que hoje eu não consigo. Eu recebi um recado se eu podia está lá três horas da tarde. Mas, putz, hoje eu tô inclusive indo pro escritório aqui, tenho umas reuniões aqui.
Andrea: Ah, tá, é porque a gente recebeu o recado que você poderia vir, né. Aí marcamos, seria até bom para você ver o apartamento, sabe. Ter a oportunidade de estar com a minha mãe e ver o apartamento e, como eu estou aqui, no Rio, e ele também, a gente imaginou que poderia ser oportuno, sabe".
Joesley: Ah tá, putz, mas...
Andrea: Mas o recado que recebemos foi que você estaria vindo para cá.
Joesley: Ah, tá, então deu alguma confusão. Ele não tem como passar aqui essa semana, em São Paulo?
Andrea: Eu posso ver e te falo depois... tá? Ele volta ainda hoje para Brasília e aí a gente fala depois.

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No entanto, essa versão é refutada pelos investigadores da Lava Jato. Os procuradores afirmam que Aécio procurou Joesley para tratar de dois assuntos diferentes: pedir dinheiro – R$ 2 milhões - e tentar vender o apartamento da mãe. O alvo da investigação da Lava Jato foi o repasse direto de R$ 2 milhões a Aécio. Por isso, para os investigadores, essa gravação apresentada por Aécio Neves não esclarece o episódio. Na conversa que Joesley gravou com Aécio Neves, os dois falam sobre o pedido de R$ 2 milhões. e Aécio pergunta como seria a entrega do dinheiro.

Joesley: Deixa eu te falar dois assuntos aqui, rapidinho. É... a tua irmã teve lá...
Aécio: Obrigado por ter recebido ela lá
Joesley: Tá...ela me falou de fazer dois milhões, pra tratar de advogado ... Primeira coisa, num dá pra ser isso mais. Tem que ser....
Aécio: É?
Joesley: Tem que ser. Eu acho que pelo que a gente tá vendo tudo, pra mim e pra você, vai ser a primeira coisa
Aécio: Por que os dois que eu tava pensando era trabalhar no processo.
Joesley: Eu sei, aí é que tá... assim ó, ... acabou. Não tem e pronto. Primeira coisa. Eu consigo (...) que é pouco, mas é das minhas, é das minhas lojinhas, que eu tenho, que caiu a venda pra ****
Aécio: Como é que a gente combina?
Joesley: Tem que ver. Você vai lá em casa ou...
Aécio: O Fred
Joesley: Se for o Fred, eu ponho um menino meu para ir. Se for você, sou eu (risos).
Aécio: Pode ser desse jeito (risos).
Joesley: Entendeu? Tem que ser entre dois, não dá pra ser...
Aécio: Tem que ser um que a gente mata ele antes dele fazer delação (risos).

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Conforme o combinado nesta conversa, o primo de Aécio, Frederico Pacheco, foi encarregado de pegar o dinheiro, que foi entregue a ele em espécie na sede da JBS pelo executivo da J&F e também delator Ricardo Saud, em parcelas de R$ 500 mil. Em ação da Polícia Federal, essas entregas foram filmadas. Por conta desse caso, Aécio foi denunciado por corrupção e obstrução à Justiça, e depois afastado do mandato de senador por decisão do Supremo Tribunal Federal. 

Segundo as investigações, Aécio usou o mandato para atuar em defesa dos interesses da JBS, como indica outro trecho da gravação entregue por Joesley ao Ministério Público. Ele e Aécio falam sobre uma possível nomeação de Aldemir Bendine, que está preso pela Lava Jato, para uma diretoria da Vale para atender aos interesses do empresário. 

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Aécio: Porque a gente... Presidência não deu porque, o que nós fizemos, eu consegui um negócio raro pra (palavrão). Botei o cara dentro do head Hunter.
Joesley: Tá
Aécio: Fiz o cara pesquisar 20 pessoas. Ele teve aqui. Então, ele vai ser anunciado segunda-feira. O Temer não sabe o nome dele. Confiou em mim essa (palavrão). Mas a Vale é um mundo.
Joesley: Estuda aí.
Aécio: Eu é que vou passar o final de semana tentando entender o organograma da Vale, que nem eu entendo.
Joesley: Aham. Também não entendo (palavrão) nenhuma.

Sobre o pedido de R$ 2 milhões, o advogado de Aécio Neves afirmou que foi um empréstimo, sem qualquer relação com corrupção. e que Joesley distorceu a conversa para conseguir delação premiada. Sobre a nomeação na Vale, a defesa do senador afirmou que Aldemir Bendine não tinha relação com a empresa e que Aécio Neves cortou a conversa porque a indicação já tinha sido resolvida.

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