Comissão diz que Brasil Mais Seguro é ineficaz
A Comissão Especial de Acompanhamento do Programa Brasil Mais Seguro constatou que o plano é ineficaz em Alagoas; deputados estaduais inspecionaram cinco bases comunitárias em Maceió e duas em Arapiraca e constataram escassez de PMs e falta de gestão
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Alagoas247 - A Comissão Especial de Acompanhamento do Programa Brasil Mais Seguro constatou que o plano não vem obtendo resultados, mostrando ineficácia, e nenhuma ação estratégica foi prevista em Alagoas. O deputado Ronaldo Medeiros (PT), integrante da comissão, informou os detalhes durante coletiva realizada na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), na manhã desta terça-feira (3).
Na visão do parlamentar, o alto investimento empregado no projeto-piloto em Alagoas só serviu para ações repressivas, o que afugentou qualquer possibilidade de o programa obter resultados positivos. "Concluímos que o plano não foi eficiente e quase nenhuma ação estratégica prevista. É lamentável. Quando falta gestão, o povo sai penalizado e morre", disparou Medeiros.
Sob a mesma perspectiva, o relator da comissão, deputado Ricardo Nezinho (PMDB), disse que o programa não conseguiu resolver o problema da criminalidade em virtude da carência de policiais e do comércio de armas e drogas no estado. "O programa não desatou os nós devido ao baixo efetivo na segurança pública e à alta vulnerabilidade dos jovens. Desde a implantação até agora, os números referentes a homicídios não foram reduzidos e constatamos que o quantitativo aumentou de 2013 para cá".
Baseado no último relatório da Secretaria de Estado da Defesa Social (Seds), o peemedebista citou ainda que, em 2011, foram 74 mortes para 100 mil habitantes; em 2012, o número caiu para 64 por 100 mil habitantes, mas sofreu aumento, com 72 crimes por 100 mil habitantes. Em 2014, voltou a aumentar e já ultrapassa os números do ano passado.
Trabalho da comissão
Os deputados inspecionaram cinco bases comunitárias em Maceió e duas em Arapiraca. Somente em uma base, a comissão constatou a existência dos 21 policiais, sendo estes previstos para esta base. Entretanto, nas demais, o contingente era escasso. A comissão também verificou que o perfil dos policiais não era de base comunitária, mas de polícia repressiva porque são provenientes do Pelotão de Operações Policiais Especiais (Pelopes).
"Percebemos que não existe critério para a base ter sua efetiva atuação, os militares são inabilitados para conduzir motocicletas e sem preparo para lidar com as comunidades locais", explicou Ricardo Nezinho. O parlamentar também falou que há uma falha nos governos federal e estadual.
Ronaldo Medeiros deixou claro que a comissão não é contra o programa, mas reconhece que ele precisa atuar com visão ampla para obter os resultados. "Não se admite visão míope. O que falta é gestão. Bases comunitárias em Arapiraca também não foram feitas e, dos 1000 policiais, só 600 são novos porque 400 se aposentaram recentemente. Sem falar das delegacias desestruturadas e da carência de delegados".
Com gazetaweb.com
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