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Diretora do GHC: ministro quer ‘desinformar’ para privatizar o grupo

Contrariando os pedidos de municípios, estados e entidades hospitalares, em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, na quinta-feira (1°), o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou que o SUS não precisa de mais recursos financeiros, e sim de melhorias de gestão. Ele citou nominalmente o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) como exemplo; mas diretora-superintendente do GHC, Sandra Fagundes, contestou as informações divulgadas pelo ministro; "O ministro não é do Sistema Único de Saúde, é externo. Seus maiores contribuidores para sua campanha são planos privados de saúde. Então, ele vem com este viés para dentro do Ministério da Saúde e o que ele diz, que é gravíssimo, que o problema é de gestão e não é de recursos financeiros", disse ela

Contrariando os pedidos de municípios, estados e entidades hospitalares, em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, na quinta-feira (1°), o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou que o SUS não precisa de mais recursos financeiros, e sim de melhorias de gestão. Ele citou nominalmente o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) como exemplo; mas diretora-superintendente do GHC, Sandra Fagundes, contestou as informações divulgadas pelo ministro; "O ministro não é do Sistema Único de Saúde, é externo. Seus maiores contribuidores para sua campanha são planos privados de saúde. Então, ele vem com este viés para dentro do Ministério da Saúde e o que ele diz, que é gravíssimo, que o problema é de gestão e não é de recursos financeiros", disse ela (Foto: Leonardo Lucena)
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Luís Eduardo Gomes, Sul 21 - Contrariando os pedidos de municípios, estados e entidades hospitalares, em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, na quinta-feira (1°), o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) não precisa de mais recursos financeiros, e sim de melhorias de gestão. Ele citou nominalmente o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) como exemplo de desperdício de dinheiro público e ponderou que, recebendo de três a quatro vezes mais que o complexo da Santa Casa, a produtividade das duas instituições seria a mesma. Em entrevista ao Sul21, a diretora-superintendente do GHC, Sandra Fagundes, contestou as informações divulgadas pelo ministro.

Segundo dados do ministério da Saúde, GHC realiza 33% de toda a produção do SUS na Capital (exames, procedimentos e consultas), enquanto a Santa Casa seria responsável por cerca de 15%. Na entrevista à rádio, Barros afirmou que o grupo recebe R$ 3 bilhões por ano de repasses do governo federal, o que também é desmentido pelo grupo, que diz ter orçamento anual de R$ 1,3 bilhão.

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“Primeiro, nós produzimos o dobro da Santa Casa, tanto em relação a atendimento ambulatorial quanto hospitalar. Segundo, a questão financeira, nós, para produzir o dobro que a Santa Casa produz, ganhamos o mesmo e, no último ano, menos que a Santa Casa”, afirma Sandra Fagundes.

Os dados do Ministério (ver gráfico abaixo) apontam que a verba destinada ao GHC vem caindo nos últimos cinco anos e, em 2015, foi quase igual àquela destinada para a Santa Casa.

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A diretora do GHC avalia que as informações divulgadas pelo ministro são equivocadas e podem ter sido com a intenção de desinformar a população e jogá-la contra o GHC para, no futuro, justificar a redução do financiamento ou ainda uma eventual privatização.

“O ministro não é do Sistema Único de Saúde, é externo. Seus maiores contribuidores para sua campanha são planos privados de saúde. Então, ele vem com este viés para dentro do Ministério da Saúde e o que ele diz, que é gravíssimo, que o problema é de gestão e não é de recursos financeiros. O SUS está correndo graves riscos por falta de recursos financeiros. Tem problemas de gestão, ninguém vai negar. Sempre tem e pode aperfeiçoar, mas mesmo o melhor gestor, hoje, tem a necessidade de maiores recursos”, afirma Sandra.

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Na mesma entrevista, ao falar sobre a necessidade de se aperfeiçoar a gestão hospitalar para melhor aproveitar os recursos públicos, Barros voltou a usar o GHC como exemplo de ter promovido um “inchaço” no número de servidores nos últimos anos. “Dobramos o número de servidores do GHC em 10 anos, evidente que isso não se sustenta do ponto de vista do contribuinte que quer resultado do imposto que paga”, disse à rádio.

O GHC também rebate esta informação. Em nota, afirma que atualmente é considerado ideal que hospitais de ensino, como é o caso do Conceição, tenham em média 7 funcionários por leito. No caso do GHC, o quadro atual, de 9,5 mil trabalhadores, representaria uma média de 5,5 funcionários por leito e que, de todo o quadro, somente 31 seriam cargos de confiança.

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“Com este suposto e mitológico inchaço, nós temos hoje 5,5 funcionários por leito. Então, não houve um inchaço, nós adequamos a força de trabalho ao tamanho do hospital”, diz Sandra.

Segundo ela, o aumento do quadro de funcionários também se fez necessário para adequar o GHC ao aumento da complexidade dos casos atendidos pelo SUS – causado por problemas como envelhecimento da população, aumento de casos de câncer, aumento da violência urbana, etc. – e pela necessária modernização e aperfeiçoamento do sistema. “Hoje, a gravidade dos pacientes ampliou, a idade dos pacientes exige mais cuidado e as tecnologias de cuidado se modernizaram com a utilização de equipamentos e trabalho com equipes multiprofissionais”, diz.

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Barros ainda disse que o ministério está estudando a substituição no comando do GHC e que irá nomear profissionais de fora do quadro de servidores, pois, segundo ele, funcionários públicos não têm a mesma capacidade de cobrar seus pares que pessoas de fora da instituição.

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