Dólar cai 1,7% e vai abaixo de R$3,55 por aposta em impeachment
O dólar recuava abaixo de 3,55 reais nesta segunda-feira, em meio a expectativas de derrota do governo na votação do parecer sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão que analisa o tema na Câmara dos Deputados
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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava abaixo de 3,55 reais nesta segunda-feira, em meio a expectativas de derrota do governo na votação do parecer sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão que analisa o tema na Câmara dos Deputados.
Às 10:30, o dólar recuava 1,73 por cento, a 3,5344 reais na venda, após marcar na sexta-feira o maior tombo diário em seis meses. O dólar futuro caía cerca de 1,6 por cento.
"A semana promete trazer grandes emoções", resumiu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva, citando a votação do parecer sobre o impeachment e, possivelmente, a apreciação do tema no plenário da Câmara no fim da semana.
O próprio governo prevê que será derrotado na votação na comissão do impeachment, marcada para começar as 17:00, e tem concentrado seus esforços em angariar votos no plenário da casa.
Levantamentos mostrando que estaria crescendo a adesão dos deputados à campanha pelo afastamento de Dilma têm sido bem recebidos no mercado, que entende que a manobra poderia ajudar a trazer de volta a confiança no Brasil.
O bom humor levou investidores a deixarem de lado pesquisa do Datafolha mostrando redução do apoio popular ao impeachment.
Também contribuía para a queda do dólar nesta sessão a decisão do Banco Central de vender apenas 7,7 mil swaps cambiais reveros, que equivalem a compra futura de dólares, da oferta de até 20 mil contratos nesta sessão. Com isso, manteve sua estratégia de vendas parciais das últimas semanas e reforçou, segundo operadores, a percepção de que pretende apenas suavizar a baixa da moeda norte-americana.
"O BC indicou que não vai ser uma barreira para a queda do dólar", disse o operador de um banco nacional, que negocia diretamente com a autoridade monetária.
O BC também dará continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps tradicionais, que equivalem a venda futura de dólares, a vencer no mês que vem, com oferta de até 5,5 mil contratos.
Nos mercados externos, dados sobre a inflação chinesa alimentaram expectativas de que Pequim deve manter seus estímulos monetários, alimentando a demanda por ativos de maior risco. O movimento dava continuidade ao bom humor que prevalesceu na sexta-feira, depois de vários dias de intensa aversão a risco.
(Por Bruno Federowski)
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