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Dor de cabeça. Novas terapias contra as enxaquecas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a enxaqueca entre as 20 doenças socialmente mais incapacitantes. Cerca de um adulto de cada cinco é vítima dessa moléstia. Tratamentos, no entanto, existem. E há novidades no tema.

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Por:  Nathalie Szapiro-Manoukian – Le Figaro

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Enxaqueca, uma afecção de segunda ordem? Certamente, não. “A enxaqueca atinge entre 17 a 20% dos adultos e entre 5 a 10% das crianças, em todo o mundo. A enxaqueca e outras formas de for de cabeça representam, apenas na França, um custo indireto (em termos de produtividade) da ordem de 15 a 20 milhões de dias de trabalho perdidos a cada ano, com um custo financeiro estimado de 3 bilhões de euros anualmente. Sem falar das escolhas de carreira profissional condicionadas pelas crises de enxaqueca, a impossibilidade de seguir certas vocações e a dificuldade de se alcançar promoções. Não é, portanto, por puro acaso se a OMS classificou a doença entre as vinte socialmente mais incapacitantes”,  informa o médico Michel Lanteri-Minet, do Hospital Central de Nice.

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Por todas essas razões, há décadas os especialistas da enxaqueca se esforçam para passar a mensagem que a enxaqueca pode mesmo ser incapacitante e que nem todos os que sofrem dela já foram corretamente diagnosticados e tratados. Para compensar, as coisas melhoraram para muitos pacientes graças a uma ampla difusão de informações (as queixas de crianças e dos adolescentes são, via de regra, levadas mais a sério do que as dos adultos). “As famílias finalmente parecem compreender que a enxaqueca é uma moléstia genética e que, assim sendo, as crianças também podem ser atingidas por ela, não importando a sua idade. Por sinal, os vômitos cíclicos da criança são hoje considerados como um equivalente das enxaquecas”, cita como exemplo o médico Dominique Valade, ex-responsável do Centro de Urgências da Cefaleia do Hospital Lariboisière.

 

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Nova terapia direcionada

Se existem progressos quanto à informação, nem tudo foi feito no que diz respeito à tomada de medidas necessárias. “Numa situação ideal, todos que sofrem de enxaqueca deveriam visitar o seu médico pessoal (primeiro passo), que enviará o paciente a um neurologista em caso de enxaqueca incomum ou resistente ao tratamento básico (segundo passo). Assim sendo, a consulta a um especialista em enxaqueca e/ou a um centro de tratamento da dor (terceiro passo) deveria ser reservada aos casos mais severos. Infelizmente, muitas vezes é necessário esperar meses na fila para se conseguir uma consulta”, lamenta o Dr. Donnet. Quase sempre, o diagnóstico é simples. “Para além de cinco crises típicas de enxaqueca, é inútil fazer exames (tomografia ou ressonância magnética): o interrogatório do paciente já basta. Muito dinheiro é desperdiçado nesses exames inúteis,  e melhor seria usar essa verba para o pagamento de medicações inovadoras”, comenta o Dr. Valade.

Os tratamentos atuais permitem controlar sete crises de cada dez, e mais de dois pacientes de cada três. Quanto à pesquisa, ela não para: “No que diz respeito ao desenvolvimento de técnicas não medicamentosas (neuromodulação), a estimulação elétrica (não invasiva) do nervo vago no momento da crise com a ajuda de um pequeno aparelho está em processo de exploração. Um outro eixo de pesquisa que se encontra em estágio muito avançado: os anticorpos anti-CGRP (Calcitonin-Gene-Related Polypeptide) cujo alvo é um neurotransmissor secretado no momento da enxaqueca (e demais cefaleias como a dor vascular da face). Essa nova terapia direcionada, específica, que atualmente se encontra na fase 3 da pesquisa (com a esperança de colocação no mercado  dentro de 3 a 5 anos), é realmente animadora e portadora de esperança. Ela se apresenta sob uma forma injetável (uma única injeção, a cada 28 dias), o que permite a obtenção de uma boa aderência ao tratamento de nossos paciente sofredores de enxaquecas”,  explica o Dr. Donnet.

Quatro anticorpos desenvolvidos

Além disso, não existe apenas um, mas sim quatro anticorpos desenvolvidos e que objetivam alcançar dois alvos diferentes (o próprio CGRP ou seu receptor). Essa perspectiva nos permite supor desde já um tratamento eficaz de um número muito maior de pacientes que sofrem de enxaquecas resistentes.

Ainda é muito cedo, no entanto, para se cantar vitória: sobretudo, falta ainda avaliar a eficácia e a tolerância a médio prazo desses anticorpos. Enfim, “segundo um novo estudo piloto desenvolvido por uma equipe de Harvard com amostragem de 50 pacientes sofredores de enxaqueca, a associação da estatina (fármaco usado no tratamento da hipercolesterolemia e na prevenção da aterosclerose) e vitamina D mostra um ganho de oito dias sem enxaqueca a cada mês, o que é um índice excepcional, mas que precisa ser confirmado”, conclui o médico Lanteri-Minet.

 

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