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"É com atitudes de agora que se constrói o depois", diz Amorim, sobre 2014

O senador Eduardo Amorim (PSC), nome natural do grupo de oposição à disputa pelo Governo do Estado em 2014, se recusa a falar sobre eleições de maneira direta, mas deixa claro que atua com este foco; sobre aliança com o DEM para o próximo peito, ele afirma que é um diálogo que já vem ocorrendo; ele critica a administração Marcelo Déda, mas ressalta que tem procurado dialogar; Amorim critica ainda permanência de Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal

"É com atitudes de agora que se constrói o depois", diz Amorim, sobre 2014 (Foto: Luiz Alves)
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Valter Lima, do Sergipe 247 – O senador Eduardo Amorim (PSC) calcula muito bem o que irá falar. Calmo, sem qualquer sobressalto, até mesmo quando critica, não parece que assim o faz. Em entrevista ao Sergipe 247, o parlamentar evitou falar em candidatura ao Governo, embora reconheça que “é com as atitudes de agora que se constrói o depois”, deixando claro que trabalha sim, com muito afinco, para se constituir em um candidato competitivo para o pleito de 2014.

Com uma agenda intensa no Senado e também em Sergipe, onde visita vários municípios todos os finais de semana, Eduardo diz que há muito a ser feito no Estado. Critica a atual administração de quem diz que “esperava mais”, mas afirma que tem dialogado com o governador Marcelo Déda (PT) para sugerir projetos e ações. De acordo com ele, a segunda parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) é uma grande chance para Sergipe alcançar mais recursos do Governo Federal.

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Confira a íntegra da entrevista:

Sergipe 247 – O senhor já desempenha a função de senador há mais de dois anos. Já dá para estabelecer uma marca deste mandato?

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Eduardo Amorim – Nunca me preocupei com marca. Sempre me preocupei em lutar para conquistar oportunidades e agarrar todas elas. Minha preocupação é a luta do dia a dia. Então, estamos vivendo um momento diferente na história deste país. E a eu procuro fazer do meu dia uma luta para se conseguir o máximo possível. Sou o único senador pelo PSC, estou num bloco com 14 senadores, com mais três partidos. No geral, somos escalados para cuidar de todas as medidas provisórias que entrem no Congresso Nacional. Assim, quando uma medida é editada, ela chega até nós e temos que criar uma comissão mista com deputados e senadores, indicados pelos blocos, para analisá-las. E no meu bloco, eu sou o responsável em cuidar de todas as medidas provisórias. Nesta terça-feira, devo relatar a medida provisória do Pacto pela Alfabetização na Idade Certa, projeto do Governo Federal, que deverá investir mais de R$ 3,3 bilhões nos próximos anos para capacitar projetos e criar um ambiente adequado para que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade ou até terceiro ano do Ensino Fundamental. Este é só um exemplo. Se for somar, o número de comissões da qual faço parto, ultrapassa o número de 30, porque só de medidas provisórias, há 25 tramitando, mais a comissão do orçamento, mais as outras em que sou titular e suplente. Por isso, eu trabalho no dia a dia disposto a agarrar todas as oportunidades que me dão, além de criar outras, como fiz na semana passada, enviando ofício para todos os prefeitos, pedindo que eles estivessem presentes junto à presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação e ao ministério da Educação, para agarrar todas as oportunidades que existem nestes órgãos, como construção de creches, de escolas, de quadras poliesportivas. Também na semana passada, fui eleito para presidir a MP que reajusta o programa Bolsa Família e estabelece outros critérios para acabar com a extrema pobreza. Então, para mim, é uma honra, embora seja mais trabalho. E é uma comissão com uma diretoria sergipana, por que o vice-presidente é o deputado federal Fábio Reis.  A marca é esta: trabalho, trabalho, trabalho.

Sergipe 247 – E no Senado quais são as prioridades neste ano?

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EA – Tem uma coisa que está me preocupando muito, que é repactuação do Fundo de Participação dos Estados (FPE), porque, sem dúvida, é uma das principais fontes de receita de Estados como o nosso. Isso tem que ser votado até maio. Se não abrirmos o olho, Sergipe pode perder muito. Já conversei com o governador sobre isso, para que o Governo nos dê dados sobre isso, quais os fundamentos que a nossa bancada deve levar, para que a gente possa defender, de forma consciente, o que é melhor para Sergipe, para que não aconteça o que ocorreu na questão dos royalties. Nosso Estado é um grande produtor, o 5º maior do país. Será que vamos ter prejuízo com essa nova repactuação? Até onde eu li, não. Mas aí quem tem os números exatos são os secretários do Governo.

Sergipe – O que se depreende da sua atuação parlamentar é que o senhor recorre com frequência aos ministros e tem uma boa relação com eles. Tem levado prefeitos para audiências e tem trazido recursos para Sergipe. Ou seja, sua relação com o Governo Federal é positiva. Neste contexto, como o senhor se vê em 2014? Ao lado do grupo que governa atualmente ou apoiando Aécio Neves ou Eduardo Campos?

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EA – Eu procuro viver o presente. E o futuro não depende só de mim. Não é só a minha vontade. Faço parte de um partido, que tomará a decisão de forma democrática, ouvindo os parlamentares. Lógico que Sergipe terá um papel importante neste processo. Acho que ainda não dá para definir em que lado estaremos. Eu apoio o Governo, porque, realmente, acredito no Governo, mas tem coisas difíceis no Governo. Eu sempre disse a presidente que precisa dialogar mais, sobretudo, com o Congresso. O Governo tem que ouvir mais, o Congresso tem que opinar mais. Não significa que isso se traduza em cargos. Eu não tenho nenhum cargo no Governo Federal. Agora, minha consciência e meus princípios são os meus guias. Disse a presidente: “de mim a senhora ouvirá muitos sim, mas também ouvirá muitos não”. Faço um trabalho de modo muito independente, com muito respeito.

Sergipe 247 – O senhor acredita que dois dos principais prefeitos do PSC, o de Capela (Ezequiel Leite) e o de Itabaiana (Valmir de Francisquinho) estão correspondendo às expectativas? E como o senhor vê o papel da oposição em Capela, liderada pelo ex-prefeito Manoel Sukita?

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EA – Acho que qualquer oposição tem que ser responsável. Não sei se a oposição em Capela é deste tipo. Acho que em Capela existem muitos exageros, muito palanque fora de hora. E em relação aos prefeitos, o sucesso das administrações não é só da minha vontade. É mais do administrador que está no dia a dia. O que a gente quer nestes dois municípios, como também em outros municípios, onde vencemos, como Simão Dias e Umbaúba, é que tudo certo. Por isso, a gente tem visitado sempre. Nos finais de semana, procuro visitar todos os prefeitos. Já visitamos uma dezena de prefeituras, para pode ajudar naquilo que for possível.

Sergipe 247 – Por falar na sua agenda de final de semana, ela serve para ajudar os municípios, mas também não seria uma pré-agenda eleitoral, pensando em 2014?

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EA – Eu sempre fiz isso. Para mim, não é novidade. 2014 será pensando só em 2014. Em 2013, tem o PAC 2, temos que colocar a BR 235 no programa, temos que priorizar a reforma do aeroporto o quanto antes, o Hospital do Câncer. Precisamos de outra unidade hospitalar, que é um de trauma ortopedia. Temos que trabalhar pelos perímetros irrigados, que estão em situação muito ruim. Hoje, o nosso Baixo São Francisco é um bolsão de pobreza. Não pode isso. Temos que lutar para levar a universidade para lá, as escolas técnicas, para dar esperança. Há problemas na citricultura, o comércio de Boquim acabou. São muitos problemas. Poderíamos estar em outro grau, em uma escala de evolução econômica e social completamente diferente do que a gente vive hoje. Sergipe é um Estado, onde o fato de ser pequeno traz muitas possibilidades. É um Estado agrícola, com muitas riquezas em seu subsolo. É um dos maiores produtores de calcário do Brasil – e talvez do mundo -, tem potássio. Mas a gente precisa ter uma condição social e produtiva muito melhor. É um Estado que poderia ter a sua questão do lixo resolvida, talvez de forma regionalizada. Poderíamos ser um exemplo na questão do meio ambiente, mas não somos. Temos problemas no abate de animais, que coloca em risco a segurança alimentar. É preciso resolver tudo isso. E é relativamente fácil.

Sergipe 247 – E a culpa por estes problemas é mais do Governo do Estado ou das prefeituras?

EA – Todos os governos têm sua parcela de culpa (o Federal, o Estadual e os municipais). Agora, isso acontece em todas as áreas. Seria importante que cada ente federado tivesse claro qual é o seu papel. A falta de clareza gera um empurra-empurra e não se resolve o problema.

Sergipe 247 – O senhor esteve ao lado do governador Marcelo Déda nos primeiros quatro anos de Governo, esteve na reeleição e no primeiro ano do segundo governo. Que avaliação o senhor faz de todo o tempo de Governo dele?

EA – Confesso que esperava que fosse melhor. Que a saúde estivesse num patamar muito melhor. Que a educação tivesse evoluído mais. Que a segurança tivesse evoluído mais. Hoje, Sergipe é o quinto Estado mais violento do Brasil, proporcionalmente. Sergipe hoje deve como nunca deveu. De 2008 para cá, o Estado passou a tomar muito dinheiro emprestado. Em 2008, devíamos pouco mais de R$ 800 milhões; hoje beira a casa dos R$ 3 bilhões. É muito preocupante, porque esta dívida nós vamos pagar. As coisas estão passando, as oportunidades estão passando. Quanto Sergipe terá no PAC 2? Porque em relação ao PAC 1, eu ouvi da ministra, há um mês, que Sergipe foi um dos Estados que menos empenhou. Por isso que Sergipe será prioridade no PAC 2. Então, está é uma grande oportunidade, para apresentar projetos na área de educação, saneamento, entre outras. Agora é hoje de agarrar esta oportunidade. É um dinheiro que muitas vezes não tem nem contrapartida do Estado. Tomara que o Governo melhore muito neste tempo que resta. No que depender de mim, eu ajudarei. Disse isso ao governador na semana passada.

Sergipe 247 – A reabertura do diálogo com o Governo em decorrência do Proinveste abriu espaço para outras conversas. O governador tem acolhido as sugestões feitas pela oposição?

EA – Eu tenho feito minha parte. Tenho conversado sempre que possível com o governador e dado a ele as minhas sugestões. A atitude é a mesma de antes. Diálogo sempre esteve aberto, mas não depende só da gente. A apresentação de projetos deve ser do Governo do Estado. Acho que o Governo Dilma tem que investir mais em Sergipe. Conversei com os ministros Fernando Bezerra e Mirian Belchior sobre o Canal de Xingó e eles me disseram que estavam esperando o projeto.

Sergipe 247 – O PSC terá candidatura própria ao Governo do Estado em 2014? Isso já está definido?

EA – O presidente nacional do partido disse que sim, bem como as lideranças, mas ainda é cedo para falar disso.

Sergipe 247 – Tem se falado muito na candidatura natural de Jackson Barreto. A sua candidatura também não é mais que natural dentro da oposição?

EA – Procuro viver o presente. E o futuro a Deus pertence, mas tenho consciência de que é com as atitudes de agora que a gente constrói o depois. Tudo dentro do nosso grupo é discutido e todos têm voz. Em 2012, não tínhamos candidato a prefeito em Aracaju e nós decidimos por unanimidade dar o apoio ao prefeito João Alves Filho. Na reeleição de Edvaldo não tivemos uma unanimidade dentro do grupo, mas respeitamos a vontade da maioria e demos o apoio naquele momento. Depois vieram as decepções. Com Marcelo Déda foi por unanimidade também em 2010.

Sergipe 247 – O vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB) disse em entrevista ao Jornal da Cidade, quando questionado sobre a relação com o PSC que é uma aliança forte e que é provável que estejam juntos em 2014 e também em outras caminhadas. Já há alguma conversa entre os dois grupos?

EA – Essa aliança já foi conversada desde o momento que demos o apoio na eleição de prefeito. E não só em Aracaju como em outros municípios onde o DEM lançou candidato, como em Cedro e em Frei Paulo. Esse diálogo já vem ocorrendo há um tempo. Estamos fazendo nossa parte. Não estamos exigindo absolutamente nada.

Sergipe 247 – Como o senhor viu a eleição do deputado federal Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara e a repercussão que isto tomou no país?

EA – Acompanhei com muito lamentar. Não é bom. Sou contra qualquer tipo de preconceito. Jesus nos ensinou que não se deve ter nenhum tipo de preconceito. Deus é extremamente generoso com todos nós: primeiro o milagre da vida; segundo, a liberdade. Mesmo estando em outra Casa do Congresso, lamentei muito. Eu defendo que o partido resolva isto o quanto antes.

 

 

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