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Em defesa da Cemig, Pimentel manda recado a Temer: “Mexeu com Minas, mexeu conosco”

Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), conclamou os mineiros nesta sexta-feira 18 para defender a Cemig, estatal do setor elétrico que o governo Temer quer privatizar, e adverte para que o peemedebista deixe Minas quieta: "Mexeu com Minas, mexeu conosco"; pronunciamento foi feito durante ato em defesa da empresa, na usina de Miranda, no Triângulo Mineiro

Governador, Fernando Pimentel visita a Usina Hidrelétrica de Miranda no Triângulo Mineiro. Data: 18-08-2017 Local: Indianópolis-MG Crédito Gil Leonardi/Imprensa MG (Foto: Gisele Federicce)
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Minas 247 - O governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), pediu um basta para o governo federal em sua tentativa de privatizar a Cemig, estatal mineira do setor elétrico, e pediu para que Michel Temer deixe Minas quieta: "Mexeu com Minas, mexeu conosco".

O discurso foi feito nesta sexta-feira 18 na Usina de Miranda, no município de Indianópolis, Território Triângulo Norte, durante uma manifestação pública em defesa das usinas da Cemig. As concessões das unidades de São Simão, Miranda e Jaguara estão sob litígio nas instâncias superiores da Justiça Federal.

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Ao lado de políticos, empresários, representantes de trabalhadores de diversas categorias e membros de movimentos sociais, o governador defendeu a renovação dos atuais contratos e destacou a importância da manutenção das concessões para o Estado e para a garantia dos serviços de qualidade, sem prejuízo aos mineiros.

"Não mexam conosco. O que nós queremos é o nosso direito de manter o que já é nosso: as usinas. O Governo Federal quer receber. Tudo bem, nós podemos negociar. Nós estamos conversando. Os deputados estão ajudando, a bancada estadual, a federal, o presidente da Cemig. Nós estamos dispostos a arranjar uma solução negociada. O que nós não queremos é que venham, na mão grande, botar nossas usinas no leilão para o estrangeiro comprar e depois vender energia cara para os mineiros e mineiras. Isso nós não vamos aceitar", disse.

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Segundo Pimentel, uma campanha será lançada nos próximos dias para mobilizar todo o estado. "Aos poucos, Minas vai ganhando e conquistando espaço e mostrando que nós somos um povo pacato, ordeiro, sereno, mas que, se precisar, nós sabemos brigar. Neste fim de semana, nós vamos começar uma campanha com palavra de ordem simples: 'Mexeu com Minas, mexeu comigo. Mexeu com Minas, mexeu conosco'. Nós vamos defender a Cemig e não vamos entregar as usinas que são nossas para estrangeiro nenhum. É com esse brado que nós vamos ganhar. É negociar de um lado e resistir de outro", ressaltou.

Para o presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, o movimento para impedir a venda das usinas tem como objetivo combater uma injustiça para que "não seja imposta uma sangria" poucas vezes vista na história mineira e do país. Ele lembrou que, juntas, as três usinas representam 50% da capacidade de geração de energia da companhia.

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"Fizeram todas as articulações, usaram todas as artimanhas, forjaram todas as justificativas, interpretaram leis, regulamentações e contratos a seu bel prazer com um único intuito: tirar da Cemig a concessão de três das maiores usinas hidrelétricas que nossa empresa, símbolo de Minas e do setor elétrico nacional, construiu, opera e mantém com reconhecida competência", afirmou o presidente da Cemig.

Em entrevista coletiva, Bernardo Alvarenga disse que a companhia fez uma oferta de R$ 11 bilhões ao governo federal pelas usinas e que, para isso, estuda formas de conseguir viabilizar empréstimos para levantar o montante.

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O deputado estadual Rogério Correia, representante da Frente Mineira em Defesa da Cemig, destacou a união dos deputados estaduais e federais que, por unanimidade, assinaram um termo em defesa da companhia. "Essa é uma luta muito importante para Minas Gerais e estamos aqui para dizer, com toda força, que vamos garantir a Cemig para Minas", afirmou o parlamentar, lembrando que cerca de 500 prefeituras e mais de 20 associações de municípios também endossaram o apoio à companhia. As assinaturas foram entregues ao deputado federal Fábio Ramalho, vice-presidente da Câmara dos Deputados, que irá encaminhar este documento ao presidente da República.

"Essa força da Frente, apesar das diferenças partidárias e políticas, mostra que a Cemig é muito importante para os mineiros. Esse é o recado que nós estamos dando aqui: de que a Cemig é uma espécie de joia da coroa e nós não podemos permitir que tirem a joia da coroa para tentar minimizar um déficit federal de R$ 159 bilhões", disse Correia.

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O governo federal alega que precisa de R$ 11 bilhões – valor que será cobrado do vencedor do leilão de quatro usinas (São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande) – para fazer caixa e equilibrar as contas públicas. Para atrair os investidores capazes de pagar o montante à vista, a União quer assegurar aos potenciais participantes do leilão contratos com as distribuidoras correspondentes a 70% da energia a ser gerada, com preços elevados e por todo o período da concessão de 30 anos, com correção monetária.

Dessa forma, a decisão do governo federal de manter o leilão das usinas de Miranda, São Simão e Jaguara no próximo dia 27 setembro trará prejuízo aos consumidores mineiros, com o reajuste das contas de energia. Há, ainda, o risco de não haver participantes porque a questão ainda está em julgamento nos tribunais superiores.

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Na avaliação da Cemig, a discussão judicial com a União em torno da quebra do contrato de concessão proporcionada pela MP 579 representaria um status de insegurança jurídica no setor elétrico. A situação, ainda segundo o presidente da companhia, Bernardo Alvarenga, se assemelha a uma desapropriação e se agrava na medida em que não há sequer a discussão de uma indenização.

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